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Estrutura do novo coronavírus pode inspirar desenho de nanopartículas para uso terapêutico

21/01/2021 ( Caderno: Seção Saúde )


Proposta foi apresentada por pesquisadores do CNPEM em artigo publicado na revista Nano Today. Arranjo meticuloso das protenas existentes na superfcie do SARS-CoV-2 garante alta eficincia na interao com os receptores-alvo nas clulas humanas, afirmam os cientistas (representao esquemtica em nanoescala da interao entre o SARS-CoV-2 e os clios micromtricos das clulas epiteliais do nariz; imagem: CNPEM/divulgao)

Determinadas caractersticas estruturais que conferem ao coronavrus SARS-CoV-2 grande eficincia para interagir com seus receptores-alvonas clulas humanas e desencadear a COVID-19 poderiam inspirar o desenho de nanopartculas sintticas capazes de carrear e liberar medicamentos de forma mais bem controlada, que poderiam ser usadas no tratamento de tumores, infeces e inflamaes.

A sugesto foi feita por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em um artigo publicado com destaque na revista Nano Today. O trabalho, baseado em estudos de correlao, tem apoio da FAPESP.

“O SARS-CoV-2 uma nanopartcula extremamente eficiente na interao com seus receptores-alvo e pode servir de modelo para o desenvolvimento de nanopartculas sintticas para aplicaes biolgicas mais direcionadas”, diz Agncia FAPESPMateus Borba Cardoso, pesquisador do CNPEM e um dos autores do estudo.

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De acordo com Cardoso, os vrus, em geral, so nanopartculas naturais em escala nanomtrica (da bilionsima parte do metro) que interagem de modo preciso e eficiente com o maquinrio biolgico dos organismos e, graas a caractersticas de estrutura homogeneamente distribudas, conseguem excelentes resultados de infeco e, consequentemente, de replicao.

No caso do SARS-CoV-2, um dos fatores que permitiram ao vrus se tornar altamente contagioso foi justamente a eficincia no direcionamento.

A principal porta de entrada do novo coronavrus no corpo humano o nariz, de onde o vrus se espalha para todo o trato respiratrio.Nessa regio, se encontra alojada nas clulas epiteliais dos clios mveis a protena ACE2, com a qual o SARS-CoV-2 se liga para viabilizar a infeco.

A interao do SARS-CoV-2 com os clios micromtricos das clulas epiteliais do nariz apresenta vantagens considerveis para o vrus. Primeiro, porque o comprimento dos clios cerca de 50 vezes o tamanho do vrus – de mais ou menos 5 micrmetros (μm) contra aproximadamente 100 nanmetros (nm). Em segundo lugar, porque a interao com o vrus prejudica a funo adequada das clulas em estgios posteriores da doena, inibindo a depurao de muco que poderia prevenir futuras infeces virais, sublinham os pesquisadores.

“A chave que desencadeia a COVID-19 uma interao guiada entre o SARS-CoV-2 com o receptor ACE2 nas clulas nasais, com o qual apresenta uma afinidade de ligao dez vezes mais forte do que o SARS-CoV, embora ambos compartilhem 76% da sequncia gentica da protena spike [com a qual o vrus se liga ao receptor ACE2 das clulas humanas]”, afirma Cardoso.

No SARS-CoV-2 as protenas spikes esto distribudas homogeneamente na superfcie do vrus, de acordo com padres de geometria e simetria bem definidos. Esse arranjo meticuloso, com espaos ordenados de 15 nm entre as protenas spikes, otimiza a replicao e transforma uma srie de interaes fracas em fortes, aumentando as chances de entrada e replicao do vrus nas clulas.

A organizao espacial meticulosa entre as protenas tambm aumenta a probabilidade de interao uma vez que permite que estruturas flexveis da spike e da ACE2 assumam diferentes orientaes espaciais, favorecendo os pontos de contato ativo entre essas protenas. Essa flexibilidade to depurada do maquinrio viral no comumente encontrada em outros coronavrus.

Aps ser ativada, a protena spike tambm muda radicalmente sua conformao e expe o domnio de ligao ao receptor (RBD, na sigla em ingls) para acoplar com a ACE2 com alta afinidade, afirmam os pesquisadores.

“Estamos propondo usar esses conceitos de especificidade e de eficincia do SARS-CoV-2, que consegue interagir muito seletivamente com as clulas humanas, para desenvolver nanopartculas com caractersticas que o vrus apresenta de modo que se liguem a receptores de uma determinada regio tumoral, por exemplo. Dessa forma, seria possvel diminuir drasticamente as doses e os efeitos secundrios de quimioterpicos”, avalia Cardoso.

Inspirao para nanomedicina

De acordo com os pesquisadores, um dos maiores desafios para imitar as caractersticas do SARS-CoV-2 na produo de nanopartculas sintticas est no controle preciso daorganizao de superfcies dessas estruturas. Para se obter algo similar ao nvel organizacional dos vrus, os designers de nanomateriais precisam superar os atuais mtodos e incorporar abordagens sintticas ainda mais precisas, como estratgias de funcionalizao que permitam o controle do distanciamento mdio entre grupos bioativos.

Os mtodos de funcionalizao de nanopartculas utilizados hoje no permitem que as estruturas tenham uma superfcie homognea como a do SARS-CoV-2, o que provavelmente dificulta a interao especfica entre grupos ativos e seus receptores.

Outro desafio importante est relacionado com a alta seletividade, que garante a precisa "responsividade" aos eventos biolgicos. Os receptores precisam superar obstculos de interao e passar ilesos pelo reconhecimento do sistema imunolgico at que encontrem os alvos que permitam a entrada nas clulas. A falta de eficcia de direcionamento frequentemente leva nanopartculas funcionalizadas a se acumularem em clulas indesejadas e tecidos enquanto aumentam os efeitos relacionados toxicidade.

Para isso, ser preciso considerar a combinao racional de conhecimentos relacionados aos arranjos estruturais da superfcie do vrus para que, em contato com o receptor, promovam reaes pontuais com maior eficincia, indicam os pesquisadores.

“Desenvolvemos no CNPEM h mais de uma dcada uma plataforma para produo de nanopartculas para aplicaes em nanomedicina. Nossas partculas, assim como os vrus, vm sendo mutadas para melhorarmos cada vez mais a eficincia delas”, afirma Cardoso.

O artigo Nano-targeting lessons from the SARS-CoV-2 (DOI: 10.1016/j.nantod.2020.101012), de I. R. S. Ribeiro, R. F. da Silva, C. P. Silveira, F. E. Galdino e M. B. Cardoso, pode ser lido na revista Nano Today em www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S174801322030181X.


Fonte: Agência Fapesp / Imagem Divulgação CNPEM


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