Projeto colaborativo de pesquisadores da Unicamp e
da Universidade de Melbourne avan�a no uso
de sistema para �reas como planejamento
urbano, design e arquitetura

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�� uma �rea que s� agora est� come�ando em arquitetura e urbanismo. Ainda n�o � comum porque o arquiteto precisa saber programar e levantar quest�es para depois implementar a��es. Isso tudo exige uma mudan�a de cultura nos �rg�os das prefeituras. Mesmo assim, ainda que estejamos na parte metodol�gica, surge uma tend�ncia em desenvolver a��es na elabora��o de pol�ticas, ocupa��o, uso do solo, planejamento e design urbano�, disse Celani �Ag�ncia FAPESP.

Isso porque, embora a modelagem de sistemas adaptativos complexos tenha se originado nas ci�ncias f�sicas e naturais, ela pode oferecer um quadro te�rico multidisciplinar melhor para estudar, analisar e conceituar cidades sustent�veis ou mais agrad�veis para quem mora nelas.

Para Justyna Karakiewicz, professora do Instituto de Sustentabilidade e Sociedade da Universidade de Melbourne, que tamb�m conduz o projeto, com os sistemas adaptativos complexos � poss�vel entender as cidades em seus atributos performativos e n�o por meio de regula��o prescritiva.

�Sua aplica��o permite entender sistemas abertos, n�o lineares e imprevis�veis, reconhecendo o comportamento da cidade como um fen�meno emergente. Isso, por sua vez, nos ajudar� a concentrar cada vez mais em quest�es de resili�ncia, de manter as caracter�sticas do sistema que sustentam o ecossistema e a fun��o humana, em vez de alcan�ar uma condi��o espec�fica de par�metros fixos, incluindo densidade, mistura funcional, popula��o, n�mero de andares nos pr�dios�, disse.

Aut�matos celulares

No projeto, a volumetria urbana foi estudada a partir da aplica��o de um tipo de ferramenta de sistema adaptativo complexo chamado aut�matos celulares. Em�artigo publicado�durante o doutorado de�Andr� Ara�jo, na Faculdade de Arquitetura da Unicamp, foi avaliado como o desempenho estrutural e o design generativo e param�trico podem ser integrados a fim de aumentar a flexibilidade e o controle de design em diferentes est�gios do processo de design.

Os aut�matos celulares come�aram a ser desenvolvidos em 1970 a partir do�Jogo da Vida (Game of Life), cria��o do matem�tico brit�nico John Horton Conway em 1970. Trata-se de um sistema que dispensa jogadores, no qual grades de c�lulas v�o se modificando em novas configura��es de padr�es a partir de uma situa��o inicial.

Com os aut�matos celulares � poss�vel analisar como uma c�lula vai impactar as que est�o ao seu redor, assim como ocorre em uma estrutura, um lote ou uma cidade. O algoritmo do sistema faz uma esp�cie de varredura em todas as c�lulas da grade e identifica as condi��es locais em cada c�lula, agindo a partir do que existe ao seu redor.

No sistema desenvolvido por Ara�jo, ele analisou estruturas met�licas, como, por exemplo, o est�dio Ninho do P�ssaro, na China. �Foi poss�vel ver que algumas solu��es eficientes do ponto de vista do desempenho estrutural n�o representam necessariamente uma solu��o racional dos aspectos de viabilidade�, disse no artigo.

�Isso tamb�m � importante para fazer um plano diretor, por exemplo? Sim, no futuro ser� poss�vel fazer simula��es sobre o efeito de regulamenta��es que s�o condicionais ao local. Algo diferente do que ocorre hoje. Em geral, nossas leis urbanas n�o levam em considera��o essas situa��es locais�, disse Celani.

Ela explica que, atualmente, as regras s�o feitas em grandes �reas, sem levar em considera��o as situa��es espec�ficas, pequenininhas e particulares de cada lote.

�A ideia, com o uso dos sistemas adaptativos complexos, � fazer simula��es preditivas e ent�o testar. Se colocarmos uma legisla��o condicional � situa��o de cada lote e levar em considera��o esse e outro aspecto, o que aconteceria se eu propagasse isso para uma regi�o inteira da cidade?�, disse Celani.