22/03/2006 ( Caderno:
)
Pesquisa
inédita do Sebrae-SP mostra recuperação do rendimento médio (+3%) e do número de
vagas (+1,8%) nas MPEs do Estado de São Paulo
Em janeiro de 2006, o rendimento médio real
dos empregados diretos nas micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo
cresceu 3%, comparado com o mesmo período de 2005, chegando a R$ 668,00, em
média. No mesmo período, os pequenos negócios paulistas registraram 4,4 pessoas
por empresa.
Foi o
terceiro janeiro consecutivo de expansão no total de pessoas ocupadas, nas
comparações de janeiro contra o mesmo mês do ano anterior. Este índice é próximo
ao de janeiro de 2002 (4,43) e fica abaixo de janeiro de 2001, quando foi
registrada uma média de 4,77 pessoas ocupadas nas MPEs.
Estas
são as principais conclusões de estudo inédito - Indicadores
Sebrae-SP/Rendimentos e Ocupações - produzido pelo Sebrae-SP, com a colaboração
da Fundação Seade. O objetivo é monitorar a evolução das ocupações e dos
rendimentos recebidos pelos empregados nas 1,3 milhão de micro e pequenas
empresas formais do Estado de São Paulo. Foram verificados todos os tipos de
ocupações existentes nas MPEs (sócios-proprietários, familiares, empregados
diretos e empregados terceirizados) e o valor do rendimento médio recebido pelos
empregados diretos.
Em
termos absolutos, no mês de janeiro de 2006, havia 5,8 milhões de pessoas
ocupadas nas micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo. Desse total, 39%
(2,25 milhões) eram sócios-proprietários e familiares e 61% (3,57 milhões)
empregados diretos ou de terceiros.
O total
de pessoal ocupado neste segmento aumentou com a criação de 101 mil novas vagas.
Comparando janeiro de 2006 com o mesmo mês de 2005, houve um incremento de 3,9%
no município de São Paulo, 1,8% no interior e 0,8% no Grande
ABC.
Setorialmente,
o comércio foi o maior responsável pela criação das novas vagas, com o aumento
de 6,5% no número de empregados diretos e 2,5% no número de sócios-proprietários
e familiares, comparando janeiro/2006 com janeiro de 2005. Nas MPEs da
indústria, a retração foi de 2,7% no total de empregados diretos e 3,3% de
sócios-proprietários e familiares. Nos serviços, a queda foi menor (-0,8%) nos
empregados diretos e aumento de 2,4% no número de sócios-proprietários e
familiares.
Segundo
José Luiz Ricca, diretor-superintendente do Sebrae-SP, "a elevada participação
de sócios e familiares no total de pessoas ocupadas nas micro e pequenas
empresas, reforça uma convicção que sempre tivemos de que essas empresas
apresentam um forte caráter familiar. Muitos empreendimentos são abertos no
Brasil para gerar a ocupação dos seus próprios donos e de seus familiares".
Ricca lembra ainda que as empresas de micro e pequeno porte representam, hoje,
cerca de 99% do total de empresas do país e respondem por cerca de 67% do total
de pessoas ocupadas no setor privado da economia.
Rendimento
real
Em 12
meses, o aumento de 3% no rendimento médio real dos empregados diretos nas micro
e pequenas empresas do Estado de São Paulo foi puxado pelo comércio (3,9%),
seguido por serviços (2,8%) e pela indústria (1,4%). O valor leva em conta
salários fixos, honorários, comissões, ajuda de custo, 13º salário e abono de
férias. Apesar da recuperação dos últimos dois anos, o valor médio (R$ 668,00)
ainda está 8,4% abaixo do registrado em janeiro de 2001, melhor mês de janeiro
da série (R$ 729 de rendimento médio real).
Por
setores, as MPEs da indústria são as que pagam melhor: R$ 755, em média (em
jan/2006). Os empregados diretos do comércio recebem R$ 621, e no setor de
serviços, R$ 710. Apesar da recuperação em um ano, o rendimento ainda é
sensivelmente menor em relação a 1998, quando começaram a ser coletados os
dados.
Os
valores atuais, na média das MPEs do estado, são 4,3% menores em relação a 2002,
último ano antes de uma queda acentuada nos rendimentos, e 8,4% inferiores ao
melhor mês de janeiro da série (R$ 729 em janeiro de 2001).
Entre
as regiões do Estado, os empregados diretos do município de São Paulo receberam
o maior rendimento médio: R$ 750, em média. Na Região do Grande ABC a média foi
de R$ 746. Na média da Região Metropolitana foi de R$ 734 e na média do
interior, foi R$ 611.
Segundo
Marco Aurélio Bedê, gerente de Pesquisas Econômicas do Sebrae-SP, a expectativa
para este ano é de manutenção do crescimento do número de vagas, em ritmo
moderado de expansão, mais concentrado no segundo semestre. O clima favorável se
deve à esperada queda na taxa de juros, a expansão do crédito, os efeitos
sazonais (maior atividade econômica no segundo semestre) e efeitos positivos do
emprego decorrentes da Copa do Mundo e as eleições.
Pessoas
ocupadas por setores e regiões
Das 5,8
milhões de pessoas ocupadas nas micro e pequenas empresas paulistas, em janeiro
de 2006, 48% (2,8 milhões de pessoas) estavam no comércio, 34% (1,9 milhão) em
serviços e 18% (1,1 milhão) nas indústrias de transformação.
O
comércio ainda é o setor que mais emprega nas MPEs, com 2,8 milhões de pessoas
ocupadas. Pela natureza das empresas - menores - o comércio é também o que mais
tem maior participação de sócios-proprietários e familiares: 45% do quadro da
empresa, em média (55% são empregados diretos e de terceiros). O setor de
serviços emprega 1,9 milhão, sendo, 62% de empregados diretos e terceiros (38%
são sócios-proprietários e familiares). Trabalham nas pequenas indústrias
paulistas 1,1 milhão de pessoas, 75% de empregados diretos e terceiros (e 25%
são sócios-proprietários e familiares).
Dos
trabalhadores em MPEs formais do Estado de São Paulo, 299 mil estão no Grande
ABC, 2,9 milhões na região metropolitana de São Paulo e 2,9 milhões no interior.
Em quase todas as regiões analisadas, a relação entre empregados diretos e
sócios-proprietários dentro da composição das empresas é semelhante: 61% são
empregados diretos e 39% sócios-proprietários e familiares.
A
pesquisa é realizada mensalmente junto a 2,7 mil micro e pequenas paulistas, da
indústria da transformação, comércio e serviços.
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Fonte: Sebrae
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