O aporte está sendo realizado pela Rocket Internet, da Alemanha, e pela iMena, do Oriente Médio. A Rocket Internet é a grande investidora da Easy Taxi, já tendo feito duas injeções anteriores de capital na empresa: a primeira, de R$ 10 milhões, em setembro de 2012, e a segunda, de R$ 30 milhões, em abril deste ano.

"A Rocket tem muitos parceiros e a iMena é um deles. Eles viram um potencial enorme de entrarmos naquela região. Nosso trabalho é 25% tecnologia e o resto é operação. Temos que conhecer os hábitos do país, sua cultura", explica Tallis Gomes, CEO da Easy Taxi.

O empresário não quis revelar quais são os países nos quais a empresa pretende entrar, mas diz que são dez. "São todos os que têm uma frota de táxi considerável e nos quais a operação seja viável. Vamos entrar em países que estejam estruturados (para o funcionamento do programa)", conta Gomes.

Segundo o CEO da Easy Taxi, a operação nos países árabes deve começar em um mês. As novas operações devem acontecer tanto nas capitais como em outras grandes cidades dos países escolhidos.

Atualmente, a Easy Taxi tem 70 mil taxistas cadastrados, considerando todas as cidades nas quais o aplicativo está disponível: 27 no Brasil e 29 no exterior. Até o final do ano, com a inclusão das novas cidades, Gomes diz que espera chegar a até 90 mil profissionais cadastrados. "Até o final de 2014, esperamos chegar a 150 mil taxistas", afirma.

A operação

Para entrar em novos países, a Easy Taxi realiza antes um estudo de viabilidade econômica. A empresa também contrata um CEO local e mantém escritórios de apoio em todos os países nos quais atua.

Um dos pontos mais interessantes do aplicativo é que ele é totalmente desenvolvido no Brasil, mas sempre na língua local na qual ele será utilizado. "Se uma pessoa do Cairo vem para o Rio de Janeiro, ele pode pedir um táxi na língua dele e o pedido chega ao taxista em português", conta Gomes.

Os estudos para o desenvolvimento do aplicativo são realizados pela Rocket. "Cada lugar tem sua característica. Na Colômbia, as ruas não tem nome, são por número, na Coreia do Sul, temos que indicar a localização pela esquina", relata o empresário.

O aplicativo pode ser baixado gratuitamente em aparelhos que usam os sistemas Android, iOS, no Windows Phone e também nos aparelhos Blackberry. Até hoje, já foram feitos mais de 1,8 milhões de downloads do programa no mundo.

Para usar o aplicativo, o taxista não precisa pagar mensalidade. No Brasil são cobrados R$ 2 por corrida concluída. No exterior, o valor varia de acordo com cada país. No Egito e na Arábia Saudita, por exemplo, as corridas ainda não estão sendo cobradas dos motoristas.

"Primeiro a gente não cobra, para ganhar mercado. O taxista tem que ganhar dinheiro (com o aplicativo). Uma vez que ele ganhou, a gente começa a cobrar", explica Gomes.

O aporte feito pelas investidoras serve para sustentar as ações de marketing e os custos operacionais. "Fazemos marketing online e ações de relações públicas", diz o CEO da empresa. Ele não revela também qual a cidade com maior volume de usuários, mas conta que 50% dos downloads são feitos no Brasil e que a maior parte da operação da Easy Taxi acontece na América latina. "É onde temos o maior número de usuários."

Expectativas

Para Gomes, os países árabes tem potencial para se tornar um dos maiores mercados da Easy Taxi. "É uma das populações que mais se desenvolve no mundo. Tenho certeza que tem um potencial absurdo, pois eles são muitos ligados à tecnologia. Vamos trabalhar para desenvolver estes mercados, para que eles passem a usar mais o transporte público", afirmou.

De acordo com o executivo, a empresa espera chegar a 20 milhões de usuários nos países árabes nos próximos anos.

A empresa

A Easy Taxi foi criada em junho de 2011. A ideia do aplicativo foi do próprio Gomes e o desenvolvimento do programa ficou a cargo de seus dois sócios, Marcio Willian e Vinicius Gracia. Atualmente, a empresa conta com mais de mil funcionários, no Brasil e no mundo.

Entre os países nos quais a companhia brasileira também está presente estão Chile, Peru, México, Venezuela, Argentina, Nigéria, Malásia, Filipinas, Tailândia, Equador, Uruguai e Paquistão, entre outros.