|
04/07/2014 ( Caderno:
Meio Ambiente )
Documento aponta que obras da Sabesp em São José dos Campos, Itupeva, Várzea Paulista, Registro, Bragança Paulista, entre outros municípios do interior, contribuíram para elevar o índice de qualidade da água (IQA) em pontos monitorados de importantes rios paulistas, como Paraíba do Sul, Jundiaí e Ribeira de Iguape
Dados do último relatório ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), coletados ao longo de 2013, e que mostram a qualidade das águas superficiais do Estado, além de informar sobre qualidade do ar e das praias, identificam tendência de melhora em rios que deixaram de receber despejos de esgoto sem tratamento, entre eles o rio Paraíba do Sul. Os documentos podem ser consultados no site www.cetesb.sp.gov.br.
A pesquisa abrange todas as 22 Unidades de Gerenciamento De Recursos Hídricos (bacias hidrográficas) do Estado e mostra que, para a água doce, 84% dos pontos monitorados mantiveram, em 2013, classificações como Ótima, Boa e Regular para o Índice de Qualidade de Água (IQA).
Para o cálculo do IQA são medidos os níveis de itens como demanda bioquímica de oxigênio, oxigênio dissolvido, fósforo total e turbidez. Ao final, atribuiu-se uma nota de zero a 100. Dos 260 pontos de amostragem, onde foi possível estabelecer uma série de 2008 a 2013, 32 apresentaram uma tendência de melhora, relacionada principalmente a melhorias no sistema de saneamento básico e na gestão de descargas de reservatórios.
Rio Paraíba do Sul – Em dez dos 11 pontos monitorados do Rio Paraíba do Sul o IQA foi considerado bom. Na tabela que mostra a relação dos pontos de amostragem onde se verificou tendência de melhora (página 165), o motivo apontado é a ampliação da coleta de esgoto e tratamento na estação de Lavapés, em São José dos Campos. Nesse ponto, o IAQ saltou de 51 para 55, alterando a classificação, de regular para bom.
A ETE Lavapés foi ampliada, dos 585 litros por segundo para 1.168 l/s, com investimento de mais de R$ 37 milhões. Vai beneficiar meio milhão de habitantes, além de contribuir ainda mais para a boa qualidade da água do Paraíba. Também foi considerada boa a água em outros pontos do rio onde estão cidades da Sabesp no Vale do Paraíba: Caçapava, Tremembé, Pindamonhangaba, Lorena e Queluz. “Os resultados são fruto do avanço no tratamento de esgoto e trouxeram de volta os peixes”, ressalta o superintendente regional, Oto Elias Pinto. “A Sabesp investe R$ 519 milhões no período 2011-2014 para universalizar o saneamento básico no Vale até o final deste ano. Apenas nessa região foram entregues nove ETEs desde 2011 e ainda serão mais quatro”, completa o diretor do interior e litoral, Luiz Paulo de Almeida Neto.
Rio Jundiaí e bacia PCJ - Outros importantes investimentos da Sabesp no Estado são citados no relatório da agência ambiental como responsáveis por melhorias na qualidade dos recursos hídricos. Na bacia do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) é mencionada melhora no rio Jaguari devido à ETE de Bragança Paulista; e no rio Jundiaí, com as ETEs Itupeva e Várzea Paulista. A bacia PCJ é uma das mais críticas do Estado no que se refere à disponibilidade hídrica.“São apenas 104 mil litros por habitante/ano, enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) considera ideal 1,5 milhão de litros por habitante por ano”, salienta o superintendente regional, Antônio Carlos Teixeira.A ETE de Bragança entrou em operação no ano passado, beneficiando toda a população, cerca de 150 mil pessoas. O investimento (40 quilômetros de tubulações, elevatórias e mais a estação de tratamento) foi de R$ 90 milhões. Graças a ela, um dos pontos de monitoramento do Rio Jaguari teve o IQA elevado de 58 para 65; a qualidade da água é considerada boa.
As estações de Itupeva e de Várzea Paulista/Campo Limpo Paulista foram entregues recentemente, em 2012 e 2013, respectivamente. A ETE de Várzea teve investimento superior a R$ 115 milhões e é uma das mais modernas do interior. Já na fase de pré-operação, os resultados para o meio ambiente começaram a aparecer: moradores próximos aos córregos Bertioga e Marsola relataram o fim do mau cheiro e a melhoria do aspecto dos cursos d’água. No relatório da Cetesb, por sua vez, no ponto de amostragem relacionado às ETEs de Várzea, além da ETE de Itupeva, o IQA passou de 24 para 34, mas a água ainda tem qualidade considerada ruim.
Rio Ribeira de Iguape – A Cetesb identificou dois pontos de melhora neste importante rio do Vale do Ribeira. Os trechos, em Registro e Iguape, já eram classificados com IQA “bom”, mas estão progressivamente aumentando a pontuação, passaram de 61 para 69 e de 60 para 65. A razão apontada pelo documento é a ampliação das redes de coleta em Registro, sede da Unidade de Negócio da Sabesp na região.O rio Ribeira nasce no Paraná e deságua no Oceano Atlântico, em Iguape, percorrendo 470 km, sendo 250 km em território paulista. É o principal manancial de abastecimento de Ribeira, Eldorado, Sete Barras, Registro e Iguape. Além do aumento da coleta na cidade mais populosa da região, outros empreendimentos da Sabesp, entregues em 2012, também contribuíram para manter e melhorar a boa qualidade do Ribeira. Entre eles, a duplicação da principal estação de tratamento de esgotos de Registro, a estação de tratamento do Distrito de Itapeúna, em Eldorado, e a implantação de sistema de coleta nos bairros bairros Vila São João, Vila Soares e Jardim Magário, em Sete Barras.
Palmares Paulista – Outro bom resultado contido no documento da Cetesb diz respeito à bacia dos rios Turvo/Grande, na região noroeste do Estado. O Ribeirão da Onça também teve o IQA elevado de regular para bom graças à ETE de Palmares Paulista. O índice saltou de 45 para 68. A ETE teve investimento de R$ 1,8 milhão e tem sistema australiano, que consiste em uma lagoa anaeróbia, uma facultativa e uma de maturação. No final do processo, o esgoto é devolvido ao córrego sem agentes poluentes. “A classificação podia ser melhor porque, infelizmente, o rio continua a receber o lançamento de esgotos de outras cidades não operadas pela Sabesp, além de outros agentes poluentes, como lixo e entulho jogados em suas margens”, constata o superintendente regional, Antônio Rodrigues da Grela Filho.
Franca - A maior nota de ICTEM, indicador de coleta e tratamento de esgoto, foi obtida na bacia do Sapucaí/Grande. Nessa bacia, a Sabesp é responsável pelo atendimento de dez das 22 cidades; dentre elas, é responsável pela maior de todas – Franca, com mais de 300 mil habitantes. Todas as cidades operadas pela companhia na região têm o serviço de saneamento universalizado, com 100% de água tratada, 100% de coleta e 100% de tratamento.
Fonte: CETESB
|
12 99713.7333
