29/10/2014 ( Caderno:
Matérias )
As vendas de imóveis usados caíram 7,06% e o número de locações residenciais baixou 8,95% em Junho em relação a Maio no Estado de São Paulo. Com esses resultados, os dois mercados fecharam o primeiro semestre no vermelho. A queda acumulada nas vendas entre Janeiro e Junho é de 28,81%. E na locação é de 25,42%, segundo mostram as pesquisas feitas mensalmente em 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). A consequência dessa retração nos dois mercados se refletiu no Índice Crecisp, indicador que mede o comportamento médio dos preços de imóveis usados e do aluguel residencial no Estado. O índice registrou resultado negativo de 4,71% em Junho e acumulou queda de 10,31% no primeiro semestre deste ano. Nos 12 meses terminados em Junho, a queda é de 13,09%. José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP, vê esses números como resultado direto de uma fase de ajustamento no mercado. "As famílias entraram pesado no crédito e no financiamento nos últimos anos e agora chegamos àquela fase em que se ajustam as expectativas à realidade do bolso, movimento que atinge todos os mercados de bens de maior valor", afirma. O movimento de ajuste tem levado, por exemplo, o segmento de imóveis novos prontos para venda e o de lançamentos a fazer promoções e conceder descontos que até pouco tempo não se imaginava possíveis. "Mas os donos de casas e apartamentos usados não têm a mesma capacidade financeira de empresários e incorporadoras de alterar preços porque geralmente usam o dinheiro da venda de sua propriedade para comprar outra, invariavelmente mais cara", argumenta Viana Neto, ao explicar a maior resistência dos donos de imóveis usados em baixar preços e reduzir aluguéis. A esperança de melhora nos dois mercados está ancorada mais uma vez nos ganhos extras que as famílias deverão ter nos meses finais do ano com bônus e prêmios por participação em resultado pagos pelas empresas e a chegada do 13º salário. "Isso vai ajudar mais o mercado de locação que o de venda, que exige maiores recursos das famílias, mas este poderá ser beneficiado com a definição de novas regras para a Economia quando a presidente reassumir o governo em 2015", prevê Viana Neto.
Apartamentos lideram vendas
As 1.229 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP em 37 cidades venderam em Junho 7,06% a menos que em Maio - o índice estadual de vendas baixou de 0,3642 para 0,3385. Foi vendido o equivalente a 55,29% em apartamentos e 44,71% em casas, respectivamente, das vendas registradas. Duas das quatros regiões que compõem a pesquisa estadual CRECISP registraram queda nas vendas em Junho: Capital (- 17,69%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (- 37,86%). Houve crescimento no Litoral (+ 13,11%) e no Interior (+ 0,16%). A maioria das vendas em Junho - 57,69% do total - foi feita por meio de financiamento bancário. As vendas à vista somaram 38,70%; as financiadas pelos proprietários foram 3,13% do total; e as feitas por meio de consórcio somaram 0,48%. Como a pesquisa CRECISP vem mostrando há meses, os imóveis com preço final de até R$ 300 mil continuam sendo os mais vendidos no Estado de São Paulo. Em Junho, representaram 60,82% das vendas. Na segmentação das vendas por faixa de valor dos imóveis, 61,25% se situaram nas faixas de até R$ 4.000,00 o metro quadrado. Os proprietários concederam descontos médios sobre os preços originalmente pedidos que variaram de 7,61% nos imóveis situados em bairros de regiões centrais a 9,41% para os localizados em bairros de regiões nobres das 37 cidades pesquisadas pelo CRECISP.
Inquilinos preferem as casas
Nas 1.229 imobiliárias que o CRECISP consultou em Junho foram alugados 8,95% menos imóveis que em Maio. O índice estadual de locação recuou de 1,9098 para 1,7388. Os novos inquilinos de Junho preferiram alugar casas - (57,88% das locações) a apartamentos (42,12% dos alugados no mês). Os descontos sobre os valores originalmente pedidos foram de 8,62% para imóveis em regiões centrais, 12,09% para imóveis em áreas nobres e 12,84% para imóveis em bairros mais afastados. Como tem sido constante na pesquisa CRECISP, novamente em Junho as casas e apartamentos com aluguel de até R$ 1.000,00 dominaram as novas locações, somando 59,9% do total de contratos formalizados nas imobiliárias pesquisadas. A maioria das locações - 58,63% do total - foi contratada com a garantia do fiador pessoa física, seguido pelo depósito de três meses do valor do aluguel com 19,42% e pelo seguro de fiança, com 13,48%. Nas 1.229 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP em Junho, estavam inadimplentes 3,9% dos inquilinos com contratos em vigor. Esse percentual representa um aumento de 5,12% em relação aos 3,71% de inadimplentes de Maio. A pesquisa do CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.
Fonte: CRECISP
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