18/12/2014 ( Caderno:
Seção Saúde )
A Vigilância Sanitária alerta os consumidores para adotarem alguns cuidados especiais na hora de escolher e de consumir produtos típicos das ceias de fim de ano, principalmente a carnes.
Uma dica é evitar o consumo de carne de procedência duvidosa, muitas vezes oferecida até por amigos ou parentes. O que ocorre com muita frequência com a carne de porco, uma das mais tradicionais dessa época do ano.
A chefe da Vigilância Sanitária, Juliana Martins, explica que o porco que não recebe o cuidado adequado em sua criação, abate e armazenamento, oferece sério risco à saúde, pois a carne pode estar contaminada com as fezes e conter vermes causadores de doenças como a teníase (solitária), cisticercose (bicho do porco) e gastroenterites (diarréia).
Uma maneira de evitar esses problemas é verificar na embalagem o carimbo do SIF (Serviço de Inspeção Federal) ou do SISP (Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo), seles garantias de que o animal passou pelo Programa de Rastreabilidade. O programa acompanha o animal desde o nascimento até a venda no comércio, verificando a alimentação, o ambiente em que foi criado e a vacinação.
Na embalagem, o consumidor deve verificar a data de validade do produto, se é congelado ou refrigerado e em que temperatura deve ser mantido.
O consumidor também não deve adquirir o produto que estiver com a embalagem danificada, data de validade vencida ou exposto sem refrigeração. Outro cuidado é, no caso de compras em supermercados, deixar a carne como último produto a ser colocado no carrinho, para que fique o menor tempo possível fora da refrigeração.
Além disso, muita atenção ao preparo. "É necessário que a carne seja cozida primeiramente, para que depois seja frita ou assada. O vinagre e o limão não são suficientes para eliminar o risco de contaminação", explica Juliana.
Outros alimentos
Além das carnes, outros produtos da ceia de natal também exigem atenção na hora da compra e do preparo para evitar danos à saúde.
Um exemplo é a maionese. Segundo os técnicos da Vigilância Sanitária, o ideal é evitar maionese caseira. O frango desfiado, também não é bem visto. "Produtos muito manipulados, como o frango desfiado, usado no salpicão, convém evitar. Principalmente se você não sabe como foi preparado", orienta Juliana.
A maionese caseira, por conter mais gordura e ovos do que a industrializada, é mais saborosa. Porém, há grande risco de contaminação, pois os ovos são acrescentados sem cozimento à mistura.
Os ovos crus ou mal preparados se transformam em uma grande fonte de contaminação por meio da bactéria conhecida como Salmonela, que causa a salmonelose, uma infecção intestinal.
Por último, na hora de servir a ceia para a família, a dica é sempre colocar pouca quantidade à mesa, e ir repondo aos poucos para que os alimentos não se deteriorem.
Denuncie irregularidades
Durante todo o ano, a Vigilância Sanitária realiza fiscalizações de rotina em supermercados e açougues para verificar se as carnes estão sendo comercializadas adequadamente. A Vigilância atende denúncias pelo telefone 156.
Os agentes da Vigilância Sanitária se apresentam com crachá (com foto e nome visíveis). Em caso de dúvida ou necessidade de confirmação da identidade, ligue para o telefone 3212-1273.
De olho na qualidade
Carne bovina: a cor natural é vermelho-clara. Não compre se apresentar partes escurecidas ou secas, que são características de carne deteriorada.
Carne de porco: não compre se notar pequenas bolinhas brancas, conhecidas popularmente como "canjica". Esses focos denunciam a presença de um parasita chamado "solitária". Nunca, em nenhuma hipótese, coma carne de porco mal passada.
Peixes: preste sempre atenção na aparência e no cheiro. A carne deve ser firme e resistente à pressão dos dedos, os olhos brilhantes e salientes, guelras vermelhas, escamas bem aderidas à pele (que deverá ser úmida e sem viscosidade).
Aves: a carne deve ser firme, com coloração amarelo-pálida, brilho e cheiro suave. Manchas esverdeadas, azuladas e/ou mau cheiro indicam processo de deterioração.
Embutidos: linguiças, salsichas, mortadela, presunto, salsichão, etc., não devem conter líquido na embalagem. Manchas esverdeadas ou produto solto dentro do pacote indicam que houve entrada de ar e, por esta razão, o produto pode estar estragado.