26/01/2016 ( Caderno:
Opinião )
O cineasta Ettore Scola (1931 - 2016) nos deixou sua obra "de meia história da Itália", como escreveram alguns jornais italianos, logo após a morte de um dos mais importantes cineastas do século.
Ainda de luto, muitos cinéfilos lamentam a perda do mestre que dirigiu a belíssima Stefania Sandrelli em Nós, que nos amávamos tanto (1974) e a melhor parceria entre Sophia Loren e Marcello Mastroianni em Um dia muito especial (1977).
Outros lembram da genialidade de Scola ao dirigir comédias com profunda crítica social e cultural, como Feios, sujos e malvados (1976), com Nino Manfredi, e O terraço (1980), com Ugo Tognazzi, Vittorio Gassman, Jean-Louis Trintignant e Marcello Mastroianni, num verdadeiro acerto de contas com a situação da esquerda em crise.
Não há como negar a importância de filmes que cumprem o papel de analisar um percurso histórico, como A família (1987), com Gassman, Sandrelli e Fanny Ardant, ou um momento de intensa repercussão na história transformado em fábula contundente, como Casanova e a Revolução (1982), com Mastroianni, e Concorrência desleal (2001), com Diego Abatantuono e Sergio Castellito.
Scola também dirigiu o magistral ator napolitano Massimo Troisi em dois filmes: Splendor (1988) e Que horas são? (1989).
Gabriela Kvacek Betella é professora da Área de língua e literatura italiana do Departamento de Letras Modernas da Unesp de Assis.