22/02/2016 ( Caderno:
Opinião )
Nas décadas de 60 e 70 havia no Brasil uma revista que não tinha igual, chamava-se SENHOR. Infelizmente seu nível era muito bom e tinha poucos assinantes. Com a pressão dos governos militares, já que muitos colaboradores eram de esquerda, acabou fechando.
Mesmo sem ter os exemplares da época, lembro-me e tentarei transcrever uma fábula moderna publicada pela SENHOR. Havia um cientista ambicioso que descobriu e construiu uma super bomba capaz de destruir a terra. Aproveitou-se dessa descoberta e ao apresenta-la ao mundo disse: Eu tenho a bomba, se não me derem tudo que vocês tem destruirei a terra. Como o medo de perder a posição e as posses era grande todos concordaram em ceder seus bens para ele. Dono de tudo que havia no mundo ele não se conformou e disse: Agora quero ter todo o poder no mundo, reis e presidentes tem que abdicar em meu favor senão eu usarei a bomba. E conseguiu.
Ninguém tinha ou mandava mais nada. Então todos ficaram livres e passaram a desobedecer o cientista e fazer o que queriam. O único que poderia perder tudo era o próprio que estava com medo e então a bomba passou a não ter importância nenhuma. Esqueceram dele e começaram um novo mundo.
Osmar Antonio Mammini, arquiteto, aquarelista, membro da Academia de Letras de Campos do Jordão, membro do conselho consultivo da revista Téchne
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