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Estudo revela mecanismos imunolgicos responsveis pela cura da esclerose sistmica

29/03/2017 ( Caderno: Seção Saúde )


A esclerose sistmica uma doena autoimune caracterizada pelo ataque do sistema imunolgico ao tecido conjuntivo. O sintoma mais evidente a perda de elasticidade e o enrijecimento da pele. Porm, nas formas mais graves, pode ocorrer tambm a falncia das funes renal, pulmonar e cardaca, levando o paciente a bito.

O tratamento convencional com drogas imunossupressoras apresenta alta incidncia de efeitos colaterais e baixo ndice de xito. A maioria dos pacientes no responde bem, e nos casos mais graves a mortalidade cinco anos aps o diagnstico pode chegar a 50%. Da o interesse no desenvolvimento de terapias alternativas, como o transplante autlogo de clulas-tronco hematopoiticas. Usando o vocabulrio da informtica, os estudiosos caracterizam esse procedimento alternativo como umresetting. O sistema imunolgico inteiramente desligado e, depois, religado, para que passe a funcionar adequadamente.

Um estudo, conduzido na Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo (FMRP-USP), investigou como o transplante capaz de produzir um novo sistema imunolgico. E por que a maioria dos pacientes responde positivamente ao procedimento, mas alguns no. A pesquisa foi realizada pelo doutorandoLucas Coelho Marlire Arruda, sob a orientao da professoraMaria Carolina de Oliveira Rodrigues, com apoio da FAPESP: Estudo dos mecanismos imunolgicos envolvidos na resposta teraputica de pacientes com esclerose sistmica ao transplante autlogo de clulas-tronco hematopoiticas".

Apresentado em congressos nacionais e internacionais, o estudo recebeu nada menos do que quatro prmios em 2016: Posters of Merit, das Federations of Clinical Immunology Societies (Boston, EUA); Primeiro Lugar no Concurso de Temas Livres do XXXIII Congresso Brasileiro de Reumatologia, da Sociedade Brasileira de Reumatologia (Braslia-DF); Thereza Kipnis Award (maior prmio de imunologia da Amrica Latina para jovens pesquisadores), da Sociedade Brasileira de Imunologia (Campos do Jordo-SP); e ASH Abstract Achievement Award, da American Society of Hematology (San Diego, EUA).

Avaliamos dois processos de renovao do sistema imunolgico. O primeiro, por meio do timo, responsvel pela formao das clulas T. O segundo, por meio da medula ssea, responsvel pela formao das clulas B. E buscamos entender os diversos mecanismos, celulares e moleculares, envolvidos na nova produo dessas clulas do sistema imunolgico, resumiu Lucas Coelho Marlire Arruda Agncia FAPESP.

O estudo conduzido por Arruda se insere no programa de transplantes para doenas autoimunes do Hospital das Clnicas da FMRP-USP. Esse tratamento alternativo, adotado tambm nos Estados Unidos e na Europa, j foi aplicado por ns em cerca de 80 pacientes. Mas, embora tivssemos muita clareza sobre o procedimento clnico, ainda no possuamos uma explicao satisfatria para os mecanismos imunolgicos envolvidos. Encontrar essa explicao foi o objetivo do estudo, comentou a orientadora Maria Carolina de Oliveira Rodrigues.

Antes de descrev-lo, preciso resumir, primeiro, o passo a passo da terapia baseada no transplante de clulas-tronco hematopoiticas.

O transplante alognico isto , com clulas-tronco de doadores saudveis descartado, pois traz o risco de os pacientes desenvolverem a chamada doena do enxerto contra hospedeiro (GVHD, do inglsgraft-versus-host disease), na qual as clulas transplantadas atacam tecidos do organismo receptor. Opta-se, ento, pelo transplante autlogo, com clulas-tronco dos prprios pacientes.

A primeira etapa consiste em mobilizar essas clulas, por meio de diversas medicaes, trazendo-as do interior dos ossos para a circulao sangunea. Na segunda etapa, as clulas-tronco, que se distinguem pelo fentipo, so identificadas, coletadas e congeladas. O procedimento relativamente simples: o paciente fica acoplado mquina coletora, sem sedao, como em uma transfuso de sangue comum.

J a terceira etapa bem mais delicada. Pois, nela, so administradas substncias imunossupressoras em doses extremamente elevadas, visando deletar por completo todo o sistema imunolgico. Para isso, na vigncia da imunossupresso, o paciente precisa ficar confinado em um ambiente rigorosamente livre de patgenos, de modo que no haja o menor risco de infeco oportunista, que poderia lev-lo a bito.

Na quarta etapa, finalmente, as clulas-tronco hematopoiticas, previamente congeladas, so reinfundidas no paciente, para que possam voltar a migrar para os ossos e recriar um sistema imunolgico saudvel. O perodo total de internao para o transplante da ordem de 20 dias.

O objetivo de nosso estudo foi compreender como o timo e a medula ssea so reativados, ou reiniciados, aps o transplante. E como isso se relaciona com o xito ou no da terapia. Para tanto, colhemos sangue perifrico dos pacientes e avaliamos marcadores moleculares de ltima gerao: os TRECs (T-Cell Receptor Excision Circles), que informam sobre a atividade do timo; e os KRECs (Kappa Deleting Recombination Excision Circles), que informam sobre a atividade da medula, descreveu Arruda.

Foram avaliados 31 pacientes: no pr-transplante, e, depois, a cada seis meses, at trs anos aps o transplante. Todos eles vinham tomando medicao imunossupressora h anos, mas sem que esse tratamento convencional impedisse a progresso da doena. Dos 31 pacientes acompanhados, 25 deles, isto , mais de 80%, responderam bem ao transplante, e no precisaram mais recorrer terapia convencional. Neles, verificamos que o timo voltava a funcionar e, principalmente, a produzir clulas T reguladoras, que tem esse nome exatamente por regular o sistema imune. E tambm que a medula ssea voltava a produzir clulas B reguladoras, cuja funo igualmente a de regular o sistema imunolgico, informou Arruda.

O estudo mostrou que a terapia leva a uma renovao completa do sistema imunolgico e no a um simples reparo, complementou Rodrigues. O fato de o timo voltar a funcionar prova disso. Porque, normalmente, o timo muito ativo na infncia; depois, quando o sistema imunolgico j est constitudo, torna-se inativo. O fato de voltar a funcionar, e at de aumentar de tamanho, sinaliza um processo de reconstruo do sistema imunolgico.

Outra evidncia a mudana no repertrio das clulas T. As novas clulas param de atacar o paciente e passam a atuar apenas na proteo do organismo contra agentes patognicos, como deve ser. A terceira evidncia o expressivo aumento numrico e a maior atuao das clulas T reguladoras, que so fundamentais para o bom funcionamento do sistema imunolgico. Mas a maior novidade trazida pelo estudo de Arruda foi a renovao tambm das clulas B, prosseguiu a orientadora.

Nos seis pacientes que no responderam bem terapia, essas respostas imunolgicas tiveram incio, mas no se sustentaram. A explicao que, nesses casos, as clulas doentes no foram inteiramente eliminadas. Parte delas sobreviveu ao transplante, e, depois, voltou a se multiplicar e a agredir o tecido conjuntivo. importante notar, porm, que mesmo esses pacientes obtiveram um saldo positivo. Pois, antes, no respondiam bem terapia convencional. E, aps o transplante, passaram a responder, ponderou Arruda.

A esclerose sistmica acomete principalmente mulheres, na faixa dos 30 aos 55 anos. Trata-se de uma doena multifatorial, cujas causas envolvem tanto fatores genticos quanto ambientais (estilo de vida, atividade profissional, alimentao, uso de medicamentos etc.).


Fonte: Agncia Fapesp / Imagens Divulgao


  + Seção Saúde



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