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    Iêmen - Parte III
    Terra de Mistérios e Fortes Tradições Islâmicas
    Por Márcia Pavarini

    Postado em 11/05/2006

    MULHERES DO TERCEIRO SEXO 

     As mulheres estrangeiras são consideradas como “terceiro sexo” e têm permissão para entrar em lugares que uma iemenita não ousaria pisar, como por exemplo, numa casa de chá, ou restaurantes de aldeia, ambientes estritamente freqüentados por pessoas do sexo masculino. Não é obrigatória, para uma estrangeira, a conservadora vestimenta negra iemenita de tradição shiita, que deixa, à mostra, apenas os olhos. Entretanto, são indispensáveis, um xale sobre a cabeça e uma indumentária discreta. Percebi isso quando fui alvo de crítica das mulheres e de repreensão dos homens ao sair do Hotel com os cabelos de fora.   As mulheres, no Iêmen, têm direito ao voto, mas três entre quatro são analfabetas. Os partidos são representados por símbolos para possibilitar a identificação na hora de votar .




    MULHERES SEM SEXO

    Sob o manto de fragilidade imposto pela religião islâmica, as iemenitas demonstram uma força incontestável. Aprendem desde cedo que têm mais obrigações do que direitos e mais trabalho do que laser. em algumas regiões como Tihama, ainda enfrentam o fantasma da circuncisão, procedimento para a retirada do clitóris, a fim de inibir o desejo sexual, prática fortemente arraigada na cultura, mas combatida na região urbana por grupos de mulheres mais letradas. A maior parte das circuncisões, é feita durante o primeiro mês de vida, geralmente, pelas avós, as quais removem o clitóris da menina utilizando objetos caseiros como lâminas ou tesouras.  




    O PRESENTE NO PASSADO
      
    Na região rural, vivem muito próximo de como viviam os seus antepassados. Ainda hoje, muitas vilas beneficiam-se de cisternas, sistema utilizado para a captação das águas de chuva e usam lenha para cozinhar. O trabalho é dividido, indistintamente, entre todos os membros da família. As crianças também colaboram nas duras tarefas cotidianas, cumulando, muitas vezes, até duas funções, a exemplo de um menino de aproximadamente 10 anos que além de pastorar, sozinho, o rebanho de cabras, ainda carregava sobre a cabeça um feixe de lenha, que parecia ter mais da metade de seu peso corporal.



    “QAT” A ÚNICA DIVERSÃO DA POPULAÇÃO   
    A principal diversão para a maioria da população é mascar folhas de “qat”, planta ansiolítica, (tranqüilizante), que abranda a fome e aplaca o cansaço.   Os homens reúnem-se pela manhã e após as refeições, nos mosques ou nos “suqs” onde conversam sobre diversos assuntos enquanto mascam a folha. As mulheres também podem desfrutar deste “prazer”social, mas confinadas em seus exclusivos encontros chamados “tafrita”, onde retiram o véu num clima de relaxamento.  

    Curiosos e amigáveis homens e crianças aproximam-se, muitas vezes, só para atrair a atenção do estrangeiro.  Nenhum deles sabe dizer onde fica o Brasil, mas todos são capazes de enumerar, um por um, os astros da seleção brasileira, que viraram verdadeiros heróis da população iemenita.


    Durante vinte dias convivi com uma cultura exótica de costumes intrinsecamente ligados a um passado distante que me fizeram repensar nos valores atribuídos pela sociedade ocidental. Conheci crianças que nunca conheceram a infância, jovens que não sabem o que esperar do futuro e adultos que não querem que o futuro venha a mudar. Pude ler nos expressivos olhos daquelas mulheres o que elas jamais ousariam revelar.

    Perante os olhos críticos do Ocidente, a reação daquele jovem iemenita que me ameaçara com um machado, representou uma demonstração de posse, insinuando o fato de que a esposa é tão propriedade quanto seu rebanho de cabras.Entretanto, durante as minhas investidas fotográficas por quase todo país, constatei que as mulheres adultas, mesmo desacompanhadas, costumam esquivar-se da câmera, e baseada em informações contraditórias, não cheguei à conclusão se aquele homem estaria defendendo a opção da mulher, ou seu domínio sobre ela.

    No avião, ao retirar da cabeça, o xale que me protegera por longos dias da censura imposta  sob a égide da religião, foi difícil acreditar que eu quase não me sentia à vontade com os cabelos à mostra. 

                                                   Márcia Pavarini

     

    Leia a parte I desta matéria...

    Leia a parte II desta matéria...

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    Ao longo de vários anos Márcia Pavarini percorreu o mundo viajando por todos os continentes e até aos Pólos. Foi anotando suas aventuras em diários que, hoje, perfazem aproximadamente 5.000 páginas. Ela esteve, até agora, em 240 países, de acordo com o critério de contagem da Travelers Century Club TCC. Na Coluna “Diário das 1001 Viagens” Márcia Pavarini divide com os internautas, do Portal, as experiências vivenciadas durante suas andanças.





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