A Rodovia Presidente Dutra completa 67 anos de exist�ncia nesta sexta-feira (19/1). Desde sua inaugura��o, o caminho por onde � transportado cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro passou por transforma��es que acompanharam o crescimento populacional e econ�mico do pa�s.

Publicidade

Hoje, cerca de 23 milh�es de pessoas em 36 munic�pios, incluindo as capitais S�o Paulo e Rio de Janeiro, habitam o entorno dos 402 quil�metros da via Dutra, a rodovia mais importante do Brasil.

Inaugura��o reduz tempo de viagem pela metade

No dia 19 de janeiro de 1951, quando foi inaugurada pelo Presidente da Rep�blica, General Eurico Gaspar Dutra, em solenidade realizada na altura de Lavrinhas (SP), a ent�o BR-2, nova rodovia Rio-S�o Paulo, ainda n�o estava completamente pronta, mas j� permitia o tr�fego de ve�culos entre a ent�o Capital Federal, Rio de Janeiro, e o p�lo industrial de S�o Paulo. Da ent�o liga��o Rio-S�o Paulo, 339 quil�metros estavam conclu�dos, junto com todos os servi�os de terraplenagem e 115 obras de arte especiais (trevos, viadutos, pontes e passagens inferiores). Faltava, por�m, a pavimenta��o de 60 quil�metros entre Guaratinguet� (SP) e Ca�apava (SP), e seis quil�metros em um pequeno trecho situado nas proximidades de Guarulhos (SP).

A BR-2 contava com pista simples, operando em m�o-dupla em quase toda sua extens�o. Em dois �nicos segmentos havia pistas separadas para os dois sentidos de tr�fego: nos 46 quil�metros compreendidos entre a Avenida Brasil e a garganta de Vi�va Gra�a (hoje, Serop�dica), no Rio de Janeiro, e nos 10 quil�metros localizados entre S�o Paulo e Guarulhos, no trecho paulista.

A nova rodovia foi constru�da com as mais modernas t�cnicas de engenharia da �poca e com equipamentos especialmente importados para isso, o que permitiu a redu��o da dist�ncia rodovi�ria entre as duas capitais em 111 quil�metros, comparando-se o novo caminho com o tra�ado da velha rodovia, inaugurada em 1928.

A maior parte dessa redu��o foi poss�vel com a supera��o obst�culos naturais, basicamente nos banhados da Baixada Fluminense e na �rea rochosa da garganta de Vi�va Gra�a, na regi�o de serras entre Pira� e Cachoeira Paulista, e no segmento da V�rzea de Jacare�.

Al�m disso, sua concep��o avan�ada permitiu a constru��o de aclives e declives menos acentuados e curvas mais suaves. Tudo isso representou uma significativa queda no tempo de viagem, de 12 horas, em 1948, para seis horas.

Projeto autossustent�vel

No total, 1,3 bilh�o de Cruzeiros foi investido na constru��o da BR-2, quantia alt�ssima para os padr�es da �poca. Gastos muito criticados por setores da sociedade civil e pela imprensa, que classificava a obra como �luxuosa�. O Governo Federal argumentava que o desbravamento do Brasil dependia de caminhos que pudessem ser abertos com rapidez e efici�ncia e que a moderniza��o da liga��o Rio-S�o Paulo era fundamental para o desenvolvimento nacional.

Foi essa, por exemplo, a linha de argumenta��o no discurso de inaugura��o da rodovia, feito pelo ent�o ministro de Via��o e Obras P�blicas, general Jo�o Valdetaro de Amorim Mello. �Com um tr�fego m�nimo de 1.000 ve�culos di�rios (...) e tendo em conta a economia resultante do custo de opera��o dos ve�culos rodando sobre uma estrada deste modelo (...) em 10 anos, a economia nos transportes efetuados sobre esta rodovia atingir� a casa dos 10 bilh�es de cruzeiros.�

Tudo isso, lembrava ele, sem contar a economia de divisas com a redu��o nos gastos com combust�veis, lubrificantes e pe�as de reposi��o, todos importados.

Projeto inovador na concep��o e na execu��o

As obras da nova rodovia representavam, ainda, um grande desafio de engenharia para a �poca. O �ret�o� de Jacare� (SP), por exemplo, foi um trecho que gerou pol�mica entre os t�cnicos, por ser constru�do sobre terreno inst�vel, cuja transposi��o era considerada quase imposs�vel. No entanto, o trecho foi finalizado com a utiliza��o de 12 milh�es de metros c�bicos de terra, o equivalente a 1,6 milh�o de caminh�es cheios, em um aterro submerso de 15 metros de profundidade.

No trecho fluminense, a transposi��o de um trecho rochoso ao p� da Serra das Araras, chamado de �garganta de Vi�va Gra�a�, tamb�m representou um grande desafio para os engenheiros empenhados na constru��o da nova rodovia, que comandaram complexas escava��es, permitindo o rebaixamento em 14 metros do pared�o de granito.

Grande obra, grandes n�meros

Os n�meros que envolveram a constru��o impressionam ainda hoje, em um esfor�o de engenharia que envolveu 35 empreiteiras, milhares de trabalhadores e movimenta��o de toneladas dos mais diversos materiais.

• 2.657.746 m� de pavimenta��o;
• 1,3 milh�o de sacos de cimento;
• 8 mil toneladas de asfalto;
• 20 mil toneladas de alcatr�o;
• 15.000.000 m� de movimento de terra;
• 300.000 m� de cortes;
• 7.021 m de extens�o em 115 pontes, viadutos e passagens;
• 19.086 m com 315 bueiros;
• 30 milh�es de m� de faixa de dom�nio.

Mar�o de 1996

No dia 1� de mar�o de 1996, a CCR NovaDutra assumiu a administra��o da via Dutra.