Casa Olivo Gomes, projeto de Rino Levi, com paisagismo de Burle Marx

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Quem visita o Parque da Cidade “Roberto Burle Marx” ou as instala��es do DCTA (Departamento de Ci�ncia e Tecnologia Aeroespacial), em S�o Jos� dos Campos, est� contemplando obras de arquitetura e paisagismo reconhecidas mundialmente.

Conhecida por sua voca��o tecnol�gica e de pesquisa e pelo grande parque industrial, a cidade tem um patrim�nio arquitet�nico singular, forjado durante d�cadas.

A partir dos anos 40, a arquitetura brasileira passa a ser produzida pelo setor privado e S�o Jos� dos Campos recebe os primeiros projetos de resid�ncias e f�bricas elaborados por arquitetos de S�o Paulo e Rio de Janeiro.

Nessa primeira fase industrial, destaca-se a constru��o da �rea da Tecelagem Parahyba e Fazenda Santana do Rio Abaixo, atual Parque da Cidade. Hoje, esta �rea urbana � considerada patrim�nio arquitet�nico, ambiental e paisag�stico.

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Na fase seguinte, S�o Jos� recebeu investimentos e recursos do governo federal na industrializa��o p�s-d�cada de 50, o que mudou a cara da pacata cidade que vinha da era sanatorial.

Nesse per�odo, os mais criativos arquitetos do Brasil projetaram e executaram obras na cidade: Oscar Niemeyer projetou o CTA (Centro T�cnico Aeroespacial, atual DCTA); Rino Levi e o paisagista Roberto Burle Marx fizeram a amplia��o do complexo da Tecelagem Parahyba, a pedido da fam�lia Gomes; Carlos Barj�s Mill�n projetou a casa Olivo Gomes e a escola para filhos de oper�rios da Tecelagem; Rosendo Mour�o, carioca, radicou-se em S�o Jos� para executar os projetos de Oscar Niemeyer no CTA. Tamb�m projetou o gin�sio Linneu de Moura e as escolas ETEP e Olavo Bilac, em 1958.

Niemeyer e a cidade

Para o arquiteto e professor Ademir Pereira dos Santos, que tem doutorado na USP e uma longa liga��o com S�o Jos� dos Campos, a cidade � privilegiada por ter tantos projetos da fase da arquitetura moderna. “A cidade tem um acervo invej�vel de obras modernas. � muito importante ter uma compreens�o hist�rica do modernismo brasileiro no Vale do Para�ba, especialmente em S�o Jos�”. O arquiteto ressalta a import�ncia da Tecelagem Parahyba e do CTA como legados da cidade.

“A Aeron�utica abriu um concurso nacional para a constru��o do CTA, em 1948, e o escrit�rio do Oscar Niemeyer foi escolhido, concorrendo com os mais renomados arquitetos da �poca. O presidente Dutra, que na �poca iniciava uma ca�a aos comunistas, tirou o Niemeyer do projeto. Mas o marechal Montenegro (um dos idealizadores do CTA) disse que o projeto seria executado. Nessa mesma �poca, Niemeyer e o famoso arquiteto franc�s Le Corbusier foram escolhidos para elaborar o projeto das Na��es Unidas, em Nova York. Dessa forma, quem garantiu a execu��o do projeto do CTA foi Rosendo Mour�o, que trabalhava no escrit�rio do Niemeyer no Rio de Janeiro”, conta.

De acordo com o arquiteto, o projeto do CTA foi um laborat�rio para Niemeyer construir – anos depois - Bras�lia, que segue o mesmo conceito de cidade misturada ao verde, ou seja, os edif�cios s�o projetados para estar em harmonia com a natureza. “O interessante � que ele pensou tudo isso na d�cada de 40, quando o conceito de sustentabilidade ainda n�o existia”.

Tecelagem

J� o Complexo da Tecelagem Parahyba, da fam�lia Gomes, tamb�m tem destaque no conjunto de obras da fase modernista na cidade. Projeto de Rino Levi, a Casa Olivo Gomes foi constru�da em 1951 e recebe hoje visitantes de diversos pa�ses, atra�dos pelo projeto t�o bem integrado � natureza.

Representante da terceira fase do modernismo brasileiro, a casa possui grandes v�os para a circula��o interna. Seu mobili�rio foi projetado exclusivamente como divis�ria interna pelo arquiteto e moveleiro Zanine Caldas (que tinha uma empresa e morou em S�o Jos� dos Campos). Destacam-se ainda no pr�dio os pain�is de azulejos de Roberto Burle Marx e a escada em caracol.

Com paisagismo de Burle Marx, o atual parque � refer�ncia nacional. �“Gra�as � interven��o dos governos estadual e municipal, essa grande �rea est� preservada, tornou-se patrim�nio arquitet�nico. Destaque para a resid�ncia Olivo Gomes, patrim�nio estadual e federal e o galp�o (chamado de ‘Galp�o Gaivota’). � um acervo magn�fico”, destaca o arquiteto.

Ind�strias e Plano diretor

Em 1958, com apoio do ent�o prefeito Elmano Ferreira Veloso, S�o Jos� dos Campos tem o primeiro plano diretor, fruto de um conv�nio com a FAU-USP e tem in�cio o planejamento moderno, em fun��o da vinda de v�rias ind�strias e do pr�prio CTA.

Al�m desses projetos da fase modernista, S�o Jos� come�a a receber ind�strias que demandaram projetos espec�ficos como a General Motors, Johnson & Johnson, Kodak, Alpargatas, Ericsson e Matarazzo

Uma curiosidade: o projeto da Kodak, multinacional americana que se instalou em S�o Jos� na d�cada de 70, foi obra da norte-americana Georgia Louise Harris Brown, considerada a segunda mulher negra�a formar-se arquiteta nos Estados Unidos. Ela havia se mudado para o Brasil em 1954 em busca de melhores condi��es de trabalho, j� que dizia n�o ter possibilidade de prosperar profissionalmente nos Estados Unidos.

Na d�cada de 60, Jorge Wilheim, que havia feito o plano urban�stico de Curitiba, tamb�m prop�s um novo planejamento para S�o Jos� dos Campos. Entre as propostas, estava a cria��o de uma funda��o cultural, um instituto de urbanismo e o embri�o do que seria o atual Anel Vi�rio.
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Servi�o
Parque da Cidade Roberto Burle Marx
Casa Olivo Gomes
Galp�es da Tecelagem Parahyba
(local onde est� instalada a Funda��o Cultural Cassiano Ricardo)
Aberto todos os dias, das 6h �s 18h
Av. Olivo Gomes, 240, Santana

DCTA
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.941 - Parque Martin Cerer�
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