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Pesquisadores brasileiros encontram bactéria capaz de transformar lixo plástico em bioplástico

30/01/2025 ( Caderno: Meio Ambiente )

Nomeado BR4, o microrganismo decompe o PET, produzindo PHB – um biopolmero de alta qualidade que pode ser empregado na fabricao de embalagens sustentveis e em aplicaes biomdicas

Imagem ilustrativa da degradao de polietileno por microrganismos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa. esquerda, plstico-controle, incubado em tampo. direita, o mesmo plstico submetido ao de microrganismos (imagem: Fbio Squina/Uniso)

Estudo brasileiro obteve resultados promissores na utilizao de microrganismos para a degradao de plsticos e a produo de bioplsticos, avanando tambm no entendimento de enzimas e vias bioqumicas envolvidas no processo. Os detalhes foram descritos no peridico Science of The Total Environment.

Depois da crise climtica, a poluio por plsticos tornou-se um dos problemas ambientais mais agudos. Anualmente, cerca de 350 milhes de toneladas de plstico tornam-se resduos. Desse total, aproximadamente 40% correspondem a embalagens. Esses dados foram levantados pelo banco Credit Suisse e publicados no Brasil pela revista Exame. Segundo a mesma fonte, dos resduos plsticos gerados, 46% so destinados a aterros sanitrios, 17% so incinerados e apenas 15% so reciclados.

Alm de ser quantitativamente pouco relevante, a reciclagem, tal como vem sendo praticada, no constitui uma soluo real para o problema. “Ela no resolve porque, em geral, produz plsticos com propriedades e aplicaes inferiores, que tambm sero descartados ao final de sua utilizao”, argumenta o pesquisador Fbio Squina, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso) e coordenador da pesquisa, que envolveu colaboradores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do ABC (UFABC).

Comunidades microbianas

A partir de amostras de solo contaminado por plsticos, os cientistas desenvolveram comunidades microbianas capazes de degradar materiais como polietileno (PE) e tereftalato de polietileno (PET). A anlise metagenmica dessas comunidades identificou novos microrganismos e enzimas associados degradao de polmeros. Um dos destaques foi o desenvolvimento de uma linhagem de Pseudomonas sp, nomeada BR4, que no apenas decompe o PET, mas tambm produz polihidroxibutirato (PHB), um bioplstico de alta qualidade. Enriquecido com unidades de hidroxivalerato (HV), esse material apresenta maior flexibilidade e resistncia em comparao ao PHB puro, podendo ser utilizado para a fabricao de embalagens sustentveis e em aplicaes biomdicas.

“Para chegar a esse e outros resultados, ns sequenciamos os genomas de 80 bactrias presentes nas comunidades microbianas, identificando espcies j descritas na literatura e tambm novas, associadas degradao de polmeros plsticos. E avaliamos o potencial gentico de cada uma em codificar enzimas envolvidas na degradao de polmeros”, conta Squina.

Alm disso, o estudo mapeou transportadores e vias metablicas envolvidos na degradao e assimilao de polmeros plsticos. “As comunidades microbianas apresentaram caractersticas notveis, degradando polmeros com base em interaes cooperativas entre bactrias e vias bioqumicas especializadas”, comenta o pesquisador.

Apoiado pela FAPESP por meio de 13 projetos (15/23279-6, 19/19360-3, 20/11019-8, 21/04254-3, 22/14112-4, 23/04782-5, 23/04828-5, 23/12398-0, 23/04941-6, 23/08832-7, 20/05784-3, 22/05731-2 e 22/08958-8), a pesquisa evidenciou o potencial de abordagens micas em comunidades microbianas como uma plataforma promissora para a descoberta de enzimas e microrganismos, aplicados converso de plsticos de origem fssil em biopolmeros. O trabalho tambm sugere que plataformas como as utilizadas podem ser empregadas em outros tipos de plsticos, ampliando o impacto da tecnologia. “Estamos explorando formas de aprimorar bioquimicamente enzimas e microrganismos para degradar plsticos mais resistentes que o PET”, informa Squina.

E acrescenta que, “alm de produzir bioplsticos, os microrganismos podem ser aproveitados para a produo de outros compostos qumicos com aplicaes nas reas de agricultura, cosmticos e indstria alimentcia”. Ressalva, contudo, que mais pesquisas so necessrias para validar essas descobertas em condies ambientais reais e para otimizar o desempenho dos microrganismos.

Um levantamento realizado pelo Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostrou que o plstico representa 85% dos resduos que chegam aos oceanos. E que os volumes de plstico que fluem para o mar devero quase triplicar at 2040, ameaando todas as espcies que dependem do ambiente marinho para viver, desde plncton e moluscos at aves, tartarugas e mamferos. Corais, mangues e ervas marinhas tambm podero ser sufocados por detritos plsticos que os impedem de receber oxignio e luz. Outro tema emergente a poluio por microplsticos, que afetam o solo, as guas e o ar. E se alojam insidiosamente nos rgos humanos.

Enquanto os governos ainda fazem pouco para deter e reverter o processo, a exemplo do que tambm ocorre em relao crise climtica, a comunidade cientfica tem-se empenhado em encontrar solues. O estudo em pauta uma contribuio nesse sentido.

O artigo Plastic-degrading microbial communities reveal novel microorganisms, pathways, and biocatalysts for polymer degradation and bioplastic production pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969724050253?via%3Dihub.


Fonte: Agência FAPESP/ Texto José Tadeu Arantes


  + Meio Ambiente



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