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17/08/2016 ( Caderno:
Opinião )
Será que as pessoas ainda se deixam impressionar,
de forma passiva, pelo comportamento das
marcas neste mundo virtual?
Já ficou ultrapassada a discussão sobre o quanto as mídias digitais são capazes de influenciar o comportamento do consumidor.
Penso em nossa sociedade atual, dos Baby Boomers (1946-1964) aos Alpha (2010 em diante): será que as pessoas ainda se deixam impressionar, de forma passiva, pelo comportamento das marcas neste mundo virtual?
Essa relação que sempre foi protagonizada pelas marcas se inverteu e quem está no poder são as pessoas. São as empresas que devem se reinventar para entender esses públicos de uma forma profunda. Saber onde eles estão, do que gostam, quais são seus valores, de que forma se relacionam, quais suas expectativas, qual seu momento. Algo bastante complexo.
Mas parece que as marcas estão muito atrasadas nisso. Estudo divulgado no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, "Expectations vs Experience: the good, the bad, the opportunity", realizado pela Accenture Interactive em 14 países, aponta que apenas 7% dos executivos consideram que "suas empresas superam as expectativas do cliente". Mas não era esse um dos mantras mais utilizados nas "missões" elaboradas e propagandeadas pelas empresas na última década? Não posso acreditar que elas não tenham ao menos tentado alcançar um reconhecimento maior das pessoas, por isso, surpreende que o índice seja tão baixo.
Mas esse número reflete uma verdade inabalável: as marcas seguem distantes dos seus clientes, que passaram a ter um comportamento mais líquido em relação ao passado. São pessoas que mudam tudo de forma rápida, seja o visual, pensamentos, orientações e expectativas. Gente que é complexa por natureza e que assume dezenas de papeis ao mesmo tempo.
Até mesmo ao olhar para dentro de casa, as empresas têm dados seus escorregões. Alguns conceitos precisam ser redefinidos e expressões gastas como "público interno" não têm mais espaço. Afinal, uma vez que os colaboradores assumem a todo instante o papel de influenciadores digitais, conquistam o poder de dialogar sobre a marca e defendê-la. Outros papeis na cadeia também estão em transformação: o vizinho blogueiro de alguém precisa passar a ser entendido como imprensa e o fornecedor, às vezes, se torna cliente.
A comunicação e o marketing estão aí para entender este mundo fora de controle, e não para assistir a tudo com admiração e medo. Precisamos de adaptação, integração e relacionamento com esse novo cenário de ebulição. O fortalecimento das conexões, o compartilhamento que gera cooperação e o conhecimento que possibilita melhores escolhas são a chave para a evolução das empresas: nosso papel enquanto profissionais é fazer essa tríade acontecer. Bom trabalho para nós.
Fonte: Meio & Mensagem / Foto Reprodução
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