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Humor: Como seria uma greve geral de jornalistas. Por Duda Rangel

25/08/2016 ( Caderno: Opinião )

Bloquinhos de anotação seriam rasgados e queimados. As canetas de jabás, atiradas pelas janelas da redação.

Fotógrafos abandonariam seus clicks. Repórteres de TV e rádio ficariam mudos. Comentaristas políticos e econômicos também não abririam a boca, o que, neste caso, seria ótimo, porque alguns falam merda demais.

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Não haveria releases, nem follow-up na hora do fechamento. Não haveria também fechamento.

Coletivas seriam canceladas. E, com o filé mignon ao molho madeira de volta ao freezer, a greve seria também de fome.

As moças do tempo cagariam para o sol, para a chuva e para os períodos de instabilidade.

Faixas e cartazes seriam exibidos nas portas das redações: “Pelo fim dos passaralhos” e o clássico “Chega de piso safado. Porcelanato para todos já”.

Os estagiários, como sempre, seriam escalados para o trabalho chato, como colar os cartazes.

Serviços considerados essenciais numa redação, como o da tiazinha que passa o café fresquinho, não seriam suspensos totalmente, mas entrariam em operação-padrão.

Para evitar que seus jornais virassem um grande calhau, os patrões convocariam gente de outras profissões para salvar a edição do dia. Os grevistas impediriam o povo fura-greve de entrar nas redações. Haveria briga. A PM imoral chegaria com bombas de efeito moral. Tumulto, correria, e, de repente, eis que Datena, o pelego, entra ao vivo, mostrando a confusão com exclusividade e fodendo aquela que seria a maior greve geral de jornalistas que o Brasil já conheceu.

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Por Duda Rangel. Personagem criado pelos gêmeos Anderson e Emerson Couto, o jornalista Duda Rangel é autor do blog Desilusões perdidas e da fan page Jornalismo com bom humor no Facebook. O blog originou o livro “A vida de jornalista como ela é”.


Fonte: Comunique-se / Foto Divulgação


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