06/12/2018 ( Caderno:
Matérias )
Venda
de carros novos tem o melhor resultado desde 2015, diz Anfavea
A comercialização de veículos novos atingiu neste ano o melhor desempenho
desde 2015, compensando de certa forma o fraco desempenho das exportações no
setor. De janeiro a novembro, foram licenciados 2,3 milhões de unidades ante 2,2
milhões, em 2017, com alta de 15%. Essa taxa superou a meta do setor, que era
crescer 13,7%.
“Fomos surpreendidos por esse resultado e estamos vendo um consumidor
interessado em comprar e condições favoráveis aos negócios, já que temos oferta
de crédito e baixa inadimplência”, afirmou o presidente da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale.
Megale manifestou otimismo com a possibilidade de ser mantido esse
aquecimento e de melhora nas vendas externas no próximo ano. De acordo com
Megale, a crise na Argentina, para onde seguem 70% das encomendas externas,
contribuiu para que as exportações fechem o ano abaixo da meta inicial de
vendas, que era de 700 mil – a previsão é de 650 mil unidades
comercializadas.
No acumulado até novembro, o volume financeiro alcançou US$ 13,8 bilhões, o
que é 5,2% menos do que em igual período do ano passado. Entre novembro e
outubro último, houve recuo de 1,4%. Isso ocorreu também com o mercado
doméstico, onde houve baixa de 9,3%, somando o escoamento de 230,9 mil unidades.
O presidente da Anfavea considerou pontuais os resultados do mês, lembrando que
novembro teve dois dias úteis a menos.
Megale acrescentou que, enquanto não ocorre a retomada da economia argentina,
as montadoras estão “fazendo um esforço” para explorar novos mercados. Entre os
clientes onde se espera uma compensação pela queda das vendas na Argentina,
estão sendo feita negociações com o Chile e a Colômbia e até mesmo parcerias
incomuns, caso da Rússia, que mostrou interesse na compra de caminhões
pesados.
No mês passado, a produção de veículos caiu 6,9% em relação à de outubro e
foi 1,6% inferior à de novembro do ano passado, sob a influência da falta de
dinamismo nas exportações. No acumulado até novembro, porém, o resultado já é o
melhor desde 2015, tendo atingido 2,7 milhões de unidades, com aumento de 8,8%
sobre 2017.
Segundo Megale, o otimismo do setor está ancorado na expectativa de uma boa
interlocução com a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e na execução do
programa Rota 2030, que ele acredita ser definido até o final deste ano para ser
transformado de medida provisória em lei, levando o setor a implementar mais
eficiência tecnológica e a se impor perante o mercado mundial.
Megale
disse ainda que espera do novo governo apoio às reformas estruturais, entre as
quais a tributária.