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Dispersão da araucária na Mata Atlântica foi influenciada por povos pré-colombianos

30/07/2019 ( Caderno: Meio Ambiente )


Estudo conduzido no mbito de um Projeto Temtico, por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos,
investiga como a fauna e a flora desse bioma reagiram s variaes no clima
ocorridas nos ltimos milhares de anos

A explorao intensiva de madeira praticada no Sul do Brasil a partir do sculo 19 , em boa medida, responsvel pelo fato de a araucria (Araucaria angustifolia) ser hoje uma espcie em risco extremo de extino. Contudo, dados de um estudo ainda em andamento sugerem que em outro momento da histria a ao humana beneficiou a expanso dessa confera na Mata Atlntica, ajudando a moldar a regio hoje conhecida como Mata de Araucrias, que se estende por Paran, Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul.

“A forma como a espcie est hoje distribuda parece ter tanto influncia climtica quanto antrpica. O que no sabemos se foi algo ocasional ou se os humanos agiram intencionalmente para expandir a populao de araucrias e, assim, ampliar sua fonte de comida”, disse Mariana Vasconcellos, ps-doutoranda na City University of New York (Cuny) e no Jardim Botnico de Nova York (NYBG), nos Estados Unidos, Agncia FAPESP.

Segundo a pesquisadora, estudos arqueolgicos j mostraram que as primeiras populaes indgenas que habitaram o Sul do Brasil se alimentavam do pinho, a semente da araucria, h pelo menos 4,3 mil anos.

O trabalho de Vasconcellos conduzido pelos pesquisadores Ana Carolina Carnaval (Cuny) e Fabian Michelangeli (NYBG) no mbito de um Projeto Temtico apoiado pela FAPESP e pela agncia norte-americana National Science Foundation (NSF) e realizado no mbito do programa BIOTA-FAPESP.

O objetivo da pesquisa colaborativa conhecer a distribuio de espcies animais e vegetais na Mata Atlntica, entender como a fauna e a flora reagiram s variaes no clima ocorridas nos ltimos milhares de anos e, assim, levantar informaes que ajudaro a prever o impacto das mudanas climticas no bioma e a estabelecer reas e espcies-chave para polticas de conservao.

Resultados de diversas linhas de investigao vinculadas ao Temtico foram apresentados no dia 12 de julho, na sede da FAPESP, durante o simpsio Dimensions US-BIOTA So Paulo: A multidisciplinary framework for biodiversity prediction in the brazilian Atlantic Forest hotspot.

No caso da pesquisa de ps-doutorado de Vasconcellos, a proposta descobrir como as populaes de araucria se comportaram (se houve expanso ou retrao) desde a ltima era do gelo (ltimo mximo glacial), ocorrida h cerca de 20 mil anos. Para isso, foram coletadas amostras da espcie em reas com vegetao nativa remanescente na Serra da Mantiqueira, em So Paulo, e nos estados da Regio Sul para realizar a anlise genmica. Os dados obtidos por sequenciamento foram cruzados com registros de plen fossilizado disponveis na literatura cientfica e modelos capazes de estimar como era o clima em eras passadas.

“Sabemos que o clima frio e mido o ideal para a araucria. Modelamos a distribuio da espcie durante o ltimo mximo glacial [quando estava muito frio e seco], durante o Holoceno Mdio [perodo mais quente e mido ocorrido h cerca de 6 mil anos] e comparamos com a distribuio da espcie no presente [quente como o Holoceno Mdio, porm mais seco]. De modo geral, vimos que medida que a temperatura aumentou a rea de distribuio das araucrias foi diminuindo. No entanto, os registros de plen fossilizado indicam que h cerca de 4 mil anos houve uma exploso populacional”, contou Vasconcellos.

Resultados das anlises genmicas, segundo a pesquisadora, reforam a hiptese de influncia humana nesse fenmeno.

“Enquanto na Serra da Mantiqueira vemos uma populao geneticamente diferenciada, que parece ter evoludo naturalmente e com pouca interferncia antrpica, na Mata de Araucrias temos indivduos muito parecidos entre si, distribudos em uma ampla rea geogrfica. Isso caracterstico de uma expanso populacional violenta. Como essa espcie tem grande longevidade e leva entre 20 e 40 anos para comear a se reproduzir, dificilmente fatores climticos conseguiriam isoladamente explicar uma disperso to rpida”, disse Vasconcellos.

A pesquisadora est, no momento, reanalisando os dados com auxlio de modelos capazes de fornecer informaes mais contnuas sobre as alteraes no clima ocorridas nos ltimos 20 mil anos. “Com as novas anlises poderemos confirmar a influncia humana na expanso da araucria e determinar em que momento da histria ela ocorreu”, disse.

De acordo com Cristina Miyaki, professora do Instituto de Biocincias da Universidade de So Paulo (IB-USP) e uma das coordenadoras do Temtico, a influncia de povos pr-colombianos na formatao da floresta amaznica e na propagao de espcies de interesse, como a castanheira-do-par (Bertholletia excelsa), j foi alvo de diversos estudos. “Na Mata Atlntica o tema ainda relativamente pouco discutido”, disse.

“Este foi o nico estudo do projeto que explorou o impacto antrpico em termos de disperso de espcies na Mata Atlntica. um caso especial, que no fazia parte do nosso escopo inicial”, disse Carnaval, professora do Departamento de Biologia da Cuny.

Novas espcies

Outro estudo apresentado durante o simpsio – conduzido nos ltimos quatro anos durante o doutorado de Lucas Bacci, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – praticamente dobrou o nmero de espcies conhecidas do gnero Bertolonia, endmico da Mata Atlntica e caracterizado por plantas de folhas grandes e inflorescncia escorpioide (flores inseridas sempre do mesmo lado).

Foram 12 novas espcies descritas, a maioria na regio central e norte do bioma. “O gnero encontrado em toda a Mata Atlntica, mas somente cinco espcies so largamente distribudas. A maioria microendmica, principalmente as do norte”, disse.

Ao recriar a histria evolutiva dessas espcies o pesquisador concluiu que se trata de um gnero monofiltico, ou seja, que evoluiu a partir de um ancestral comum h cerca de 30 milhes de anos.

O evento trouxe ainda dados sobre a diversidade e a filogenia de aves, opilies, borboletas e sobre a influncia de fatores climticos como temperatura e precipitao na formatao do bioma.

“Uma das coisas que descobrimos com os trabalhos que vm sendo feitos desde 2014 que a Mata Atlntica no evoluiu sozinha. As conexes dessa floresta com a Amaznia e com os Andes esto entre os motivos que a tornam to diversa. Vemos que existem vrias ligaes entre essas florestas, que foram mediadas pelo clima ao longo do tempo”, contou Carnaval.

Agora que a parte de coleta de dados est sendo finalizada pelos 16 pesquisadores associados e seus alunos envolvidos na iniciativa, ter incio um grande esforo de integrao do conhecimento multidisciplinar que permitir desenvolver modelos preditivos.

“Uma das propostas acompanhar por satlite a variao da temperatura e, assim, gerar modelos que estimem a diversidade que est sendo perdida e os locais em que isso est ocorrendo”, disse Carnaval.

Segundo Miyaki, tem sido um grande desafio colocar um grupo to diverso de cientistas para trabalhar juntos. “A equipe rene bilogos de diferentes reas – sistematas, eclogos, geneticistas e paleobotnicos –, gelogos, paleoclimatlogos, especialistas em modelagem e engenheiros envolvidos com sensoriamento remoto. Um programa regular de financiamento pesquisa no nos permitiria ousar tanto. S foi possvel graas parceria entre a FAPESP e a NSF”, disse.


Fonte: Agência Fapesp / Foto Divulgação: Fabian Michelangeli


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