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Isolamento social modifica o comportamento alimentar das mulheres brasileiras, revela estudo da USP

20/11/2020 ( Caderno: saude )


Mais de mil voluntrias responderam a questionrio
on-line elaborado por grupo da USP. Resultados
indicam que h mais mulheres cozinhando, sentando
mesa para comer, beliscando entre refeies e pedindo
comida por delivery.
J o nmero de adeptas das dietas e das
compras em supermercado diminuiu

As medidas de isolamento social adotadas para conter a COVID-19 modificaram o comportamento alimentar das mulheres brasileiras independentemente de seu peso ou estado nutricional, revela pesquisa on-line feita entre os meses de junho e setembro, com 1.183 participantes.

De modo geral, tornaram-se mais comuns os hbitos de cozinhar (+28%), sentar-se mesa para comer (+40%), beliscar entre as refeies (+24%) e pedir alimentos por delivery (+146%). Em contrapartida, caiu o nmero de adeptas das compras em supermercado (-34%) e das dietas para controle ou reduo do peso (-41%).

As voluntrias com ndice de massa corporal (IMC) considerado normal (eutrficas) apontaram preocupaes com “sade”, “origem natural” e “conforto afetivo” como os principais fatores que influenciaram a seleo dos alimentos consumidos durante a quarentena. J as mulheres com sobrepeso mencionaram “prazer e “convenincia”, alm de “sade” e “origem natural”. Entre as obesas, “apelo visual” e “prazer” foram os dois principais determinantes da escolha alimentar. Os dados completos do estudo, que contou com apoio da FAPESP, esto disponveis em artigo publicado na plataforma medRxiv, ainda sem reviso por pares.

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“A pesquisa revela que o confinamento alterou o comportamento de todas as participantes, independentemente do estado nutricional. Mas vale ressaltar que os motivadores da escolha alimentar entre as mulheres obesas e as eutrficas j eram diferentes antes da pandemia e isso permaneceu. O chamado comer emocional aparece de forma mais marcante entre as voluntrias obesas ou com sobrepeso – algo que deve ser levado em conta ao pensarmos em polticas pblicas para o novo normal da mulher brasileira”, diz Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FM-USP) e coautor do estudo, liderado por Carolina Nicoletti Ferreira, tambm da FM-USP.

De acordo com o pesquisador, o trabalho foi centrado nas mulheres por serem elas as principais responsveis por definir o cardpio familiar no Brasil. Alm disso, segundo Gualano, dados da literatura cientfica sugerem que o sexo feminino mais propenso ao “comer emocional” do que o masculino, e tambm a vivenciar sentimentos de ansiedade, depresso e solido em um contexto de isolamento, como o gerado pela pandemia.

Participaram da pesquisa voluntrias entre 18 e 72 anos (com mediana em torno de 34 anos) de diversas regies do pas, sendo a maioria branca (77,8%), solteira (55,5%) e com alta escolaridade (72,4%) – caractersticas que correspondem populao de classe mdia e mdia alta que teve mais condies de permanecer confinada nos meses em que o estudo foi realizado. Em relao ao IMC das participantes, 13,4% se declararam obesas, 26,2% afirmaram estar com sobrepeso e 60,4%, eutrficas.

“A principal ressalva que fao ao estudo ao fato de no termos conseguidoacessar a populao mais vulnervel e perifrica, apesar de termos feito um grande esforo nesse sentido. Mulheres negras, pobres e de menor escolaridade esto pouco representadas em nossa amostra e bem provvel que, para elas, as mudanas alimentares causadas pela pandemia tenham sido ainda mais prejudiciais e motivadas principalmente pelo preo dos alimentos”, comenta Gualano.

O questionrio foi divulgado com o auxlio de colaboradores do meio acadmico, lderes comunitrios, redes sociais, servios de sade e veculos de comunicao e de divulgao cientfica. Para participar era preciso apenas ter mais de 18 anos e responder a um questionrio disponvel on-line. O acesso limitado internet e eventuais dificuldades de leitura e escrita podem ter contribudo para diminuir a adeso de mulheres com menor escolaridade, na avaliao de Gualano.

O trabalho foi financiado pela FAPESP por meio de diversos projetos (17/13552-2, 19/14820-6, 19/14819-8,15/26937-4 e 20/07860-9).

Estado de esprito x estado nutricional

Aps analisar as respostas das participantes por mtodos estatsticos, os pesquisadores observaram uma forte correlao entre hbitos nutricionais considerados no salutares – como comer assistindo televiso, substituir refeies por lanches ou beliscar entre as refeies – e sentimentos de depresso, ansiedade, estresse e solido.

Um dado que chamou a ateno dos pesquisadores foi a queda de 41% na prtica de dietas. A explicao otimista, segundo Gualano, que as mulheres sabiamente teriam abandonado cardpios mais restritivos por serem estes um fator gerador de estresse.

“Mas isso tambm pode ser um sinal de desleixo com a sade. H estudos mostrando que, durante a quarentena, as mulheres esto passando mais tempo sentadas e praticando menos exerccios fsicos vigorosos. Alm disso, aumentou o consumo de bebidas alcolicas, de produtos ultraprocessados e de cigarro. H uma sensao de que tudo permitido j que estamos na pandemia. O problema que essa situao tem se prolongado e o teletrabalho parece ter vindo para ficar. As empresas j esto se adaptando e grande parte dessas mulheres vaicontinuar em casa. Por esse motivo, h risco de que esses hbitos temporrios tornem-se permanentes”, avalia.

O pesquisador ressalta que h intervenes capazes de combater o problema e defende a necessidade de polticas pblicas voltadas principalmente s populaes mais vulnerveis, para as quais os impactos da pandemia tendem a ser mais severos e a incluir fatores como o agravamento de doenas crnicas, a insegurana alimentar e o desemprego.

Uma das alternativas seria treinar funcionrios de hospitais, Unidades Bsicas de Sade (UBS) e agentes comunitrios do Programa Sade da Famlia (PSF) para que possam levar orientaes nutricionais populao.

O artigo Influence of nutritional status on eating habits and food choice determinants among Brazilian women during the COVID-19 pandemic pode ser lido em www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.11.03.20225136v2.full.pdf.

USP mvel

Alm de investigar o impacto da quarentena sobre a sade de indivduos saudveis, os pesquisadores da FM-USP tm acompanhado grupos de pacientes que antes da pandemia eram atendidos presencialmente no Hospital das Clnicas (HC-FM-USP) para tratar condies crnicas, como artrite reumatoide ou obesidade.

“Parte dessas pessoas tinha acabado de ser submetida cirurgia baritrica e, portanto, estava em um momento de vulnerabilidade. Precisava se acostumar com um corpo diferente, uma nova dieta e diversas mudanas em sua rotina. Mas o HC precisou abrir novos leitos para atender pacientes com a COVID-19 e esses grupos ficaram desassistidos”, conta Gualano.

O pesquisador teve a ideia de alugar um carro – que ganhou a alcunha de USP mvel – e com a colaborao de pesquisadores e estudantes de ps-graduao, entre eles Diego Rezende, Sofia Sieczkowska, Gabriel Perris Esteves, Rafael Genrio, Michele Nakahara-Melo, Karla Fabiana Goessler e Anthony Damiot, passou a fazer visitas domiciliares aos pacientes.

Durante esses encontros, a prtica de atividade fsica era monitorada por meio de questionrio e de um acelermetro – aparelho que fica preso ao corpo e mede a movimentao ao longo do dia. Tambm foram avaliadas a rotina alimentar e a sade mental.

A maioria dos pacientes avaliados apresentava aumento na presso arterial, 25% tinham inflamao sistmica e 20% no estavam seguindo as recomendaes mdicas para ingesto de suplementos vitamnicos e minerais. Alm disso, um tero estava com sintomas depressivos, 40% apresentaram algum grau de ansiedade e trs pacientes relataram pensamentos suicidas e foram encaminhados para atendimento com especialista.

Cerca de 60% dos avaliados no atingiram a quantidade mnima de atividade fsica recomendada e os mais inativos foram os que apresentaram pior sade fsica e mental. Esses indivduos foram submetidos a um programa remoto de exerccios ao longo de trs meses. Os resultados dessa interveno esto sendo analisados neste momento pelo grupo de pesquisa.

Os achados preliminares do trabalho – apoiado pela FAPESP e pela Disciplina de Reumatologia da FM-USP – foram divulgados nas revistas Obesity e Obesity Surgery,na plataforma medRxive em um vdeo produzido pelo grupo da FM-USP.


Fonte: Agência Fapesp / Foto Reprodução Pixabay


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