| A pequena lancha deixou o píer de 
Gansbaai, rumo a Dyer Island, também chamada de Ilha das focas, que fica a 5 
milhas da costa.A 
gaiola de aço, amarrada à popa, indicava que aquele não seria um mergulho como 
outro qualquer. 
 A 
pacata vila de Gansbaai fica a 180 quilômetros de Cape Town a sudoeste da África 
do Sul.  A corrente gelada, que vem 
da Antártida e banha a costa oeste do país, leva até ali milhares de focas e 
leões marinhos que constituem a dieta predileta dos grandes Tubarões Brancos. Em 
razão disso, Gansbaai é considerada a capital mundial do Tubarão Branco e um 
lugar privilegiado para se observar, de perto, este magnífico predador.
 
 Após 
20 minutos de mar agitado, em direção à ilha de Dyer, Michael, o guia, jogou a 
âncora e iniciou a preparação das iscas. Amarrou um caçonete (cação pequeno) com 
arame numa bóia (sem anzol) que, por sua vez fora amarrado a um cabo de ½ 
polegada e lançado ao mar a uns dez metros da popa do barco.  Em seguida preparou uma mistura de 
vísceras, sangue e carne de peixe macerada e passou a distribuir generosas 
conchadas ao redor da lancha, para incitar o olfato do grande predador. Não 
demorou muito para que enormes tubarões começassem a rondar a isca com as aletas 
fora da linha d’água.
 
 
  A 
gaiola de aço de onde o mergulhador observa, com segurança, o tubarão Branco foi 
lançada ao mar sob o grito de ordem de Michael. A essas alturas, vários tubarões 
já rodeavam a isca a fim de analisar a textura e a dimensão para, então, decidir 
a estratégia de ataque. Depois do ritual de reconhecimento, um deles abocanhou 
vorazmente a presa atada à bóia deixando à mostra suas poderosas mandíbulas com 
centenas de dentes pontiagudos projetados para fora da fabulosa bocarra. 
 Enquanto 
eu me preparava para entra na jaula, outros tubarões iam se aproximando da 
pequena lancha, à tona d’água.
 
 
  Vesti 
um macacão de neoprene de ½ de polegada para enfrentar a água gelada. Coloquei o 
equipamento, agarrei a câmera e pulei dentro da jaula.  Senti meu coração pulsar nas têmporas, 
tamanha a emoção. 
 Minha 
visão demorou a adaptar-se à água turva e agitada. Só
  depois de 
alguns segundos é que passei a ver os enormes vultos que rodeavam a gaiola num 
balé espectral. Curiosos, os tubarões brancos esbarravam propositalmente na 
jaula, aproximando-se assustadoramente. 
 De 
repente, um deles investiu contra o hélice fazendo com que a lancha chacoalhasse 
bem ao meu lado. O deslocamento de energia fora tamanho que pude ver a sua massa 
corporal balançando como a de um lutador de Sumô.
 
   Ao sair da gaiola de observação submersa pude ver a caçada 
de um dos tubarões, que jogou uma foca para o alto, abocanhando-a a seguir em 
pleno ar (veja esta cena em câmera lenta no “clip” deste Portal)Era uma batalha 
de morte que, no entanto, parecia desprovida de qualquer violência. Para a 
presa, o fim. Para o grande branco, apenas uma divertida hora do lanche. 
 É 
difícil descrever a sensação de estar ali, a poucos centímetros do maior e mais 
poderoso predador dos oceanos. O medo que antecedia ao mergulho foi se diluindo 
nos primeiros segundos e dando espaço a um sentimento de paz e interação com 
aquele universo submerso. Os minutos passaram-se como um filme em câmera lenta, 
no qual, aquelas temidas criaturas protagonizavam o espetáculo da natureza.
  
 Mas, 
apesar da euforia, senti um profundo pesar ao lembrar de que uma gaiola é o 
suficiente para nos proteger dos seus melhores instintos animais, mas quem os 
protegeria dos nossos piores instintos humanos?
 
 
  Lindo, 
poderoso e admirável o grande tubarão branco ainda sofre caçadas assassinas por 
todos os oceanos onde habita e corre um sério risco de extinção. A 
África do Sul foi o primeiro país a lançar mão de um programa de proteção a este 
magnífico predador, seguido por outros países, posteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 CURIOSIDADES 
SOBRE O TUBARÃO BRANCO
 O 
Tubarão Branco (Carcharodon carcharias) é uma das mais antigas espécies vivas do 
planeta. Este predador pré-histórico patrulha os oceanos há mais de 60 milhões 
de anos, sobrevivendo às mudanças do ambiente e permanecendo quase sem 
alterações desde a sua criação.
   -Seu 
único inimigo natural é o homem, quem colocou a espécie em risco de extinção 
através de caçadas brutais e desenfreadas, especialmente depois da exibição de 
filmes sensacionalistas que o classificaram como vilões dos mares de instinto 
assassino.     -O 
tubarão branco é o maior predador dos oceanos. Pesa em média quase 2 toneladas e 
tem até oito metros de comprimento.    -Centenas 
de sensores elétricos estão dispostos na parte frontal do corpo e captam até as 
batidas cardíacas de um outro animal à distância. Eles podem sentir um campo 
elétrico até 20.000 vezes menores que 1 volt, equivalente ao da batida do 
coração de um peixe.    -Seu 
olfato é tão apurado que distingue uma gota de sangue diluída em 100 litros de 
água. A ciência ainda sabe muito pouco sobre esse formidável organismo tão bem 
adaptado que quase não se alterou nos últimos 60 milhões de anos. 
   - 
Capaz de projetar a boca para fora da face, aumenta o tamanho da mordida para 
perto de um metro e meio, quase o suficiente para engolir um homem em pé. 
 -O grande predador possui 3000 (três mil) dentes em forma 
triangular, divididos em inúmeras fileiras. As duas primeiras são usadas para 
morder a presa e as demais fileiras são dentes de reposição, ou seja, à medida 
que vão se perdendo ou se quebrando, vão sendo substituídos pelos outros dentes, 
mantendo sempre aquele número inicial.
 
 
 ALIMENTO 
DO TUBARÃO BRANCO
   O 
homem não é a dieta predileta do tubarão branco. Ele gosta mesmo é de gordura, 
que é abundante nas focas, leões e elefantes marinhos, e escassa nos seres 
humanos  
 
 RISCO 
DE EXTINÇÃO
   O 
tubarão branco está ameaçado e encontra-se no livro vermelho de espécies em 
risco de extinção.
 1 
- O tubarão branco gera apenas um ou dois filhotes por vez;
 
 2 - Tem uma 
das mais baixas taxas de procriação entre os peixes;
 
 3 - É perseguido 
tanto por aqueles que se orgulham de enfrentar um animal perigoso, como por 
aqueles que o temem.
 TUBARÃO 
BRANCO E A CADEIA ALIMENTAR
   Como 
o maior predador dos oceanos, ele vem a ser o ápice da cadeia alimentar, 
influenciando todos os níveis inferiores. Ele controla a população de focas e 
leões marinhos, suas presas favoritas. Se ele desaparecer, as populações desses 
animais tendem a crescer e a consumir mais peixes. Logo, o número de peixes 
tende a cair. A reação em cadeia, pelo menos em princípio, pode chegar às algas 
do plâncton, minúsculos organismos que, em quantidade imensa, produzem a maior 
parte do oxigênio da atmosfera. Sem o tubarão branco, os oceanos estarão 
condenados.  Bibliografia: 
Deyves Elias Grimberg 
 
 DESCUBRA 
O MÁGICO UNIVERSO SUBMARINO, ELE ESTÁ AO SEU ALCANCE
 
  
 Não 
é pra menos, mergulhar no silêncio das águas cristalinas entre peixes e 
formações de corais, além de afogar o stress leva o mergulhador a um estado de 
relaxamento e contemplação fazendo com que cada mergulho seja uma experiência 
ímpar.A cada dia, mais adeptos do 
“scuba dive” estão lotando as vagas dos cursos de mergulho para mergulhar de 
cabeça no mágico universo submarino.
 
 
   Leia, a seguir, a entrevista do Professor e profissional de 
mergulho Jorge Nunes de São José dos Campos, um experiente mergulhador com uma 
bagagem de milhares de horas debaixo d’água. Ele dá cursos de “scuba dive” onde 
habilita mergulhadores para os diversos níveis de categoria da PADI (desde 
iniciantes até os mais avançados). Além da loja de equipamentos OVERDIVE, a única do Vale especializada 
no ramo,  Jorge tem uma operadora de 
viagem e leva o aluno para mergulhar em lugares considerados “paraísos do 
mergulho”.
 
   
 
 Márcia 
Pavarini: 
Jorge quantos mergulhos aproximadamente você já fez aqui e 
no exterior?
   Jorge: 
Tenho mais de 4000 mergulhos.    
 
 Márcia 
Pavarini: Eu ouvi dizer que você já foi professor de mergulho de um Ex 
Presidente do Brasil, durante o mandato é verdade? 
 Jorge: Sim, 
fui professor do Fernando Henrique Cardoso e ele foi um bom aluno. Minha equipe 
estava mais nervosa do que o próprio presidente.
   
 Márcia 
Pavarini: 
Hoje em dia o 
mergulho é uma atividade muito mais conscientizada do que antes, com relação à 
fragilidade da biodiversidade dos oceanos.Você acredita que os instrutores  de mergulho possam contribuir com essa 
filosofia de preservação? 
 Jorge: 
Sem 
dúvida. Afinal, o oceano é nosso local de trabalho e a preservação é 
imprescindível.
   
 Márcia 
Pavarini: Você, um mergulhador 
experiente que já morou em Fernando de Noronha e mergulhou em muitos outros 
países, pode descrever para o nosso internauta a sensação de se mergulhar entre 
um cardume de tubarões? 
 Jorge: A 
coisa mais interessante é que todos ficam na expectativa de saber qual será  a reação do animal, se é perigoso, se 
vai virar comida de tubarão...rsrsrs. Mas quando o vemos pela primeira vez a 
gente fica pensando... era um tuba mesmo???? A sensação é de estar ao lado de um 
animal incrível, um predador que, mesmo não oferecendo risco de ataque, tem o 
controle do local e que pode tudo. Mergulhar com tubarões é uma experiência que 
eu recomendo para todos mergulhadores.
   
 Márcia 
Pavarini: Durante muito tempo  os tubarões, especialmente os brancos, 
sofreram uma caçada desenfreada e hoje estão sob o risco de extinção.Você 
acredita que os organismos e programas de preservação desta espécie ameaçada 
estão fazendo o suficiente para a proteção destes notáveis predadores, ou 
poderia se fazer ainda mais?   
 Jorge: Existem muitos programas, mas a 
grande maioria no exterior. Esses programas ajudam, mas temos que conscientizar 
o mundo tudo. Temos que aprender que na natureza existe um equilíbrio. Os 
tubarões não são animais perigosos. O homem é o animal mais perigoso. Se 
diminuir muito a quantidade de tubarões, tenham certeza de que haverá um grande 
desequilíbrio ambiental.
   
 Márcia 
Pavarini: Qual foi o seu mergulho mais emocionante 
? 
 Jorge: Foi 
um mergulho em Fernando de Noronha numa profundidade de 120 metros.
   
 Márcia 
Pavarini: 
Existe uma idade 
mínima aconselhável para a prática do 
mergulho?
 Jorge:  
A idade mínima é de 10 anos
   
 Márcia Pavarini: Qual é a próxima viagem de mergulho que você 
está programando para os seus alunos? 
 Jorge: 
A próxima será no feriado de 15 de Novembro para Arraial do Cabo, mas ainda 
temos Paraty, Angra dos Reis e no carnaval de 2006 vamos para Bonaire ( caribe 
)
   
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