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Era uma vez...
Há muitos e muitos anos, um sábio hindu chamado Mallinaga Vatsyayana queria imortalizar, nas escrituras, suas técnicas e práticas corporais que levavam os casais a aproveitar ao máximo o clímax sexual. Mallinaga era adepto da filosofia TÂNTRICA, onde o sexo é mais do que um prazer: é um ritual sagrado.

O estudioso sábio, numa busca incansável , passou a escrever sobre o comportamento sexual humano e a desenhar posições em que os amantes deveriam se colocar para que ambos os corpos entrassem em sintonia e desfrutassem os prazeres que um poderia proporcionar ao outro simultaneamente.
Escreveu e desenhou, então, o seu livro na cidade sagrada de Benares junto ao rio Ganges.
A essa coletânea de gravuras e escritas ele deu o nome de KAMASUTRA.

Em sânscrito KAMA significa sexo ou desejo e SUTRA técnica, num aforismo à ciência do amor.


Mallinaga analisava os princípios do prazer sexual, aplicáveis no comportamento humano, segundo o venerável costume do hinduismo.
De acordo com a sua teoria, o prazer é tão necessário ao bem estar do corpo como os alimentos e, por isso, tão vital quanto estes.
Para ele, seria inconcebível considerar vergonhoso algo tão natural e sagrado como o sexo.
O KAMASUTRA é composto de 84 diferentes posições, cuja excitação está intimamente relacionada com as fases da lua. Cada fase, corresponde um ponto do corpo a ser tocado.
Muitas das posições do KAMASUTRA só podem ser conseguidas por um praticante avançado de yoga.
Era outra vez...
Muitos e muitos anos depois da existência de Mallinaga Vatsyayana, um rei chamado CHANDELA que também era adepto da filosofia TÂNTRICA, acreditava que a gratificação através do desejo ou do sexo era um degrau para atingir a absolvição e a libertação ou o chamado “NIRVANA”.

Mandou, então, construir vários templos, aos quais denominou de KHAJURAHO, com esculturas das posições do KAMASUTRA desenhadas por aquele velho sábio, quase mil anos atrás.

Os templos foram construídos em arenito e granito de várias tonalidades, por volta do ano 950 a 1050 d.C, e estão divididos em três grupos: o grupo leste, sul e oeste, sendo este, que domina a vila, o mais impressionante. Cada um deles é destinado a uma devoção: ao Deus Shiva, Vaishnava ou Jaina.


Situado no Estado de Madhya Pradesh, no coração da Índia, KHAJURAHO constitui hoje, Patrimônio da Humanidade tombado pela UNESCO.

As esculturas, além das posições eróticas que representam grande sensibilidade, refletem uma sociedade livre de inibições. Elas expressam a celebração das atividades de todos os humanos dispondo um aspecto de natureza do próprio hinduismo, um genuíno amor e respeito pela vida.


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