“O consumismo é uma corrupção à alma”: Hugo Chavez
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Márcia Pavarini
Em recente visita à Venezuela, conversei com representantes da classe média e média baixa, e com empresários atados financeiramente ao sistema pseudo democrático de Hugo Chavez que, em nome da revolução Bolivariana, estende cada vez mais os tentáculos do poder. Em uníssono, demonstraram-se contra a reforma da constituição sancionada em 2 de novembro passado, a qual, para a felicidade de muitos e desapontamento de outros, foi rejeitada em referendum neste último domingo, 2 de dezembro.
Hoje, qualquer empresário, venezuelano ou não, radicado no país que queira comercializar a sua empresa, ou qualquer proprietário que queira desfazer-se de seu imóvel, deverá vendê-lo a um simpatizante do partido “Chavista”, caso contrário, não vencerá os entraves burocráticos do governo de Hugo Chavez para a realização do negócio.
A nova Constituição, caso fosse aprovada, ampliaria ainda mais a interferência do governo em assuntos privados.
O consumismo é assinalado pelo governo como uma corrupção à alma. Entretanto, o povo acredita que a ordem é ligeiramente ao contrário: que a alma dos aliados do governo se corrompe para ser consumista sem haver logrado os êxitos econômicos e produtivos que os altos níveis de consumo requerem.
Mas, como diz um princípio político: “Não há discurso mais poderoso para dissuadir a um revolucionário do que um bom pedaço de carne de primeira ou um bom whisky escocês”, o sistema deve seguir corrompendo dentre os afetos ao processo e seguir promovendo o consumismo entre eles, bem como, iludindo a maioria dos pouco letrados que apostam na redenção baseados em promessas populistas.
Pela esquerda ou pela direita, pela revolução ou pela reforma, seja Cuba ou Coréia do Norte, a conduta consumista e corrupta dos líderes políticos da revolução Venezuelana, assim como sua pouca produtividade, está contra a pregação ideológica que impossibilita a implementação de qualquer dos modelos propostos.