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    Cabo Verde - A África portuguesa a 3 horas e meia de Fortaleza - Por Márcia Pavarini
    Postado em 12/03/2009

    "Aos fiéis internautas do Portal devo uma satisfação. Há alguns meses foi apresentada em minha coluna uma pesquisa para se saber sobre qual lugar deveria versar a próxima matéria. Cabo Verde, na África, venceu com 65% de votos. Lá fui eu marcar a passagem para o destino elegido. Porém, por motivos de força maior (quem não os tem?) só consegui viajar para aquele arquipélago em fevereiro deste ano. Razão pela qual só foi publicada agora. Leia a matéria e aproveite para descobrir as semelhanças e as diferenças com o Brasil, viver a magia das paisagens, a tranqüilidade das praias e a surpreendente face exótica da cultura caboverdiana, fruto da miscigenação entre portugueses e africanos. Tudo isso, a apenas três horas e meia de avião de Fortaleza. Espero que gostem". Márcia Pavarini



    País de língua portuguesa, Cabo Verde tem o sabor da África, o jeitinho de Portugal e o carnaval do Brasil



    "Olha a batata-doce, freguesa! Vai levar tomate, hoje? Está a bom preço!"

    Nem é preciso circular muito pelas ilhas do arquipélago para descobrir as semelhanças com a nossa cultura que, tal qual a do Brasil, é uma mescla de costumes e culinária, africanos e europeus.



    Caminhar entre as bancas de verduras e frutas tropicais é como percorrer o mercado livre de Salvador, Rio ou de qualquer outra cidade do nordeste brasileiro. O milho, o feijão, a mandioca, a  batata-doce, grão-de-bico,  frutos do mar, carne de porco  são ingredientes dos pratos mais populares das ilhas.


    O QUE SE VÊ POR LÁ?



    Praias paradisíacas, vulcões, salinas, praias selvagens de areias brancas e águas cristalinas, praias revoltas com ondas ideais para o surf e windsurf, dunas desérticas, oásis, montanhas imponentes, florestas tropicais e paisagens lunares, são algumas das surpresas que o arquipélago proporciona ao visitante.


    ONDE FICA ESSE PARAÍSO?

    Na encruzilhada de três Continentes, Europa, África e América, as  dez ilhas que compõem o arquipélago de Cabo Verde constituem um verdadeiro éden ancorado no meio do Oceano Atlântico entre o Ceará e o Senegal no oeste africano.

    Localizado a três horas e meia de Fortaleza ou de Lisboa, Cabo Verde é o país exótico não muçulmano mais próximo da Europa e do Brasil.

    Suas ilhas, dispostas em forma de elipse,  agrupam-se em dois conjuntos com relação aos ventos alísios: o do Barlavento, constituído pelas ilhas Boa Vista, Sal, Santa Luzia, Santo Antão, São Nicolau e São Vicente e o conjunto do Sotavento, formado pelas ilhas Brava, Fogo, Maio e Santiago.

    Cada uma delas tem identidade própria e se destaca pelos seus encantos, cores e sabores oferecendo  paisagem, relevo e clima diferentes.


    COMO É O SEU POVO


    A miscigenação entre portugueses e africanos desde o início da povoação do arquipélago, originou uma nova raça a "crioula" com forte identidade cultural, aonde se verifica mais uma africanização do europeu do que uma europeização do africano. Embora a língua oficial seja o português, a comunicação coloquial é o crioulo.

    Todas as noites  as casas de dança abrem as portas para quem quer  soltar a franga ao ritmo do samba, da lambada, do forró, estilos batizados com nomes diferentes, como a caladeira, o funaná, o batuque, cola-sanjon e talaia-baixo. E, olha que os crioulos têm um gingado de dar inveja aos cariocas.


    CARNAVAL BRASILEIRO EM CABO VERDE

    De Portugal, herdaram a "morna" que é uma espécie de fado, mas o nome de origem vem do verbo inglês "to mourn"(lamentar-se). Mas, se o fado de Portugal inspirou a "MORNA", o carnaval brasileiro inspirou a festa adotada com o mesmo nome, com desfiles de "escolas de batuque", fantasias e alegorias.


    ILHA MINDELO -  Animação cultural e diversão


    Mindelo, na Ilha de São Vicente, é uma das cidades mais bonitas e pitorescas de Cabo Verde. Encaixada entre o mar e um maciço rochoso é famosa pela animação cultural e pelas músicas ao vivo nas ruas e barzinhos.

    Para os amantes da noite, não faltam locais de divertimento. Pode começar por um saboroso jantar da cozinha caboverdiana e seguir pelos pubs e discotecas madrugada adentro.

    A saborosa culinária cabo-verdiana, os festivais religiosos e o artesanato de cada ilha compõem a impressão digital da cultura influenciada pelos portugueses que ali permaneceram até 1975.


    QUEM DESCOBRIU O ARQUIPÉLAGO?

    O arquipélago era desconhecido quando em 1460 dois navegadores a serviço da coroa portuguesa, António Noli e Diogo Gomes,  toparam com a ilha de Santiago. Pouco depois, nascia a primeira vila de Cabo Verde, batizada de Ribeira Grande, hoje, cidade Velha, ponto turístico imperdível.


    ILHA DE SANTIAGO - O Cérebro do Arquipélago onde guarda a sua história



    A vila prosperou rapidamente como entreposto comercial de tráfico negreiro e local estratégico para reabastecimento dos navios de passagem. Para garantir a soberania e proteger-se dos ataques dos corsários, entre eles Francis Drake, (1582 e 1585), Portugal tratou de construir o Forte de São Filipe, século XVI, que continua soberbo com os canhões apontados para a baía, dominando a paisagem no alto da colina. Com seu declínio em 1770, a capital e sede do governo passou para a cidade de Praia, onde continua até hoje.

    Rodeadas por prédios históricos e por modernas construções, as ilhas são ao mesmo tempo cosmopolitas e provincianas.


    ILHA SANTANTÃO - A ilha mais verde é o  PULMÃO do país


    Mas, se a Ilha de Santiago é o cérebro do arquipélago, onde guarda a memória de sua história e seus primeiros monumentos, a Ilha de Santo Antão é o pulmão dele.  Com 43 km de comprimento e 24 de largura, a ilha é rasgada por uma cordilheira com montanhas pontiagudas culminando num pico vulcânico, o Topo da Coroa, com 1979 metros de altitude.

    O contraste com a orla é tão grande que chega a ter uma diferença de até 15º graus de temperatura. O micro clima gerado pelos vales profundos favorece as plantações que são cultivadas em balcões nas encostas escarpadas dos morros verdejantes.


    A principal atração desta ilha, a mais verde de Cabo Verde, são as caminhadas a pé ou em carroça na zona das Ribeiras e a fenomenal visita ao trapiche de 400 anos, onde continua funcionando a destilaria de "grog" a cachaça artesanal típica. A paisagem exuberante e as vilas de pescadores são o cartão postal desta ilha.

    A área plana é tão escassa na Ilha de Santo Antão que não há lugar favorável para a construção de um aeroporto, por esta razão, o acesso a Santo Antão é feito por ferries(com uma hora de viagem). Os ferries partem da charmosa Baía de São Pedro, na ilha de São Vicente, ligando Mindelo a Porto Novo.


    VIAJANDO COM O PRESIDENTE DE CABO VERDE

    Foi num desses ferries que viajei com o Presidente e herói nacional da independência da República de Cabo Verde, o Sr. Pedro de Verona Rodrigues Pires, 74 anos, que costuma transitar entre as ilhas em vôos regulares ou barcos de passageiros, dividindo espaço com a população comum. Quebrando todos os protocolos, (para o desespero do seu assessor) o mandatário caboverdiano fez pose para o meu "clic" durante a travessia marítima e acabou me confessando que é amigo e grande admirador do Presidente Lula.


    ILHA DO FOGO - Ali pulsa o coração da ilha em forma de vulcão

    Continuando minha peregrinação pelas ilhas, voei para a Ilha do Fogo. Dizem que o coração do arquipélago pulsa nesta ilha. Quase no formato daquele órgão vital, o Fogo com 476km2 é, literalmente, um vulcão inteiro em atividade. No interior de sua extensa cratera de 8 km de diâmetro, ainda se sente o odor sulfuroso da última erupção ocorrida em abril de 1995. A subida ao Pico do vulcão, com 2.829 metros de altura, é uma experiência tão inesquecível que fica marcada "a fogo" na memória. A paisagem da ilha mostra duas partes distintas: a sul, seca e árida, a norte, úmida e fértil. Para os adeptos da espeleologia a Ilha do Fogo proporciona itinerários de grutas, cavernas e fontes de água subterrânea.

    ILHA DE BOA VISTA - A menina dos Olhos do arquipélago


    Se você ainda não está convencido de que Cabo Verde é um paraíso tropical ancorado no meio do Atlântico, espere pra ver a Ilha de Boa Vista, indiscutivelmente a menina dos olhos do arquipélago. Só a linha  de praias com dunas de areia branca de 55 km de extensão e um marzão cristalino de cor turquesa já seriam motivos suficientes para se visitar a ilha. Ali, o silêncio do deserto é nocauteado pelo burburinho das ondas.


    A suavidade dos oásis de tamareiras e lagoas é temperada pelas  salinas que deixam o solo branquinho como se fosse neve. Dois dos passeios mais excitantes são as caminhadas até o Rabil, partindo de Sal Rei e a praia de Chaves seguindo pelas dunas, através da praia do Estoril, entre os oásis de tamareiras que adornam a ondulação dos areais.


    O litoral da ilha de Boa Vista pode ser escarpado com aparência inacessível ou formado por praias calmas e desertas, onde as únicas pegadas são as das tartarugas. Especialistas afirmam que é nesta ilha que se encontra a quarta maior colônia de tartarugas do mundo.

    Sucessivos naufrágios, bem próximos da costa, fizeram do local um excelente ponto de mergulho exploratório em destroços. Devido à boa qualidade do sal desta ilha, em 1620 os ingleses estabeleceram-se em Povoação Velha para explorar economicamente este recurso natural. Hoje, a maior fonte de arrecadação da ilha Boa Vista é o turismo.


    Luxuosos resorts já fazem parte da paisagem, misturando-se às dunas e tamareiras como o Resort Venta Club.


    ILHA DO SAL - Ondas perfeitas para surf e Wind surf



    Pra quem gosta de um programa mais temperado, a Ilha do Sal é o paraíso dos esportes radicais aquáticos. A categoria das suas ondas levou o local a sediar campeonatos mundiais de surf e windsurf. Mas nem sempre a ilha foi a Meca desses esportes. Durante muitos séculos, devido à sua aridez, a ilha serviu de pastagem para rebanhos de cabra e de abrigo dos escravos que exploravam as salinas. Hoje, o Sal é a ilha do arquipélago onde o turismo está mais desenvolvido. Mas o negócio é trocar a prancha por um tênis e explorar mais o interior da ilha. A visita à Buracona, uma fantástica piscina natural cavada na lava negra e à Salina de Pedra de Lume são imperdíveis. Esta última ocupa o bojo de uma cratera de vulcão extinto, cujas paredes porosas permitem a infiltração da água do mar. O acesso faz-se por um túnel artificial construído em 1804.


    ILHA BRAVA - Praias selvagens

    As emoções não param por aí. Uma ilha de temperamento forte é a Brava. De relevo acidentado, orla marítima escarpada e mar bravio, a Brava proporciona caminhadas em paisagens selvagens e desertas. A topografia couraçada e a inacessibilidade natural afastaram-na dos ventos da transformação tornando-a isolada. O turismo na ilha é compatível com um perfil solitário do visitante.


    ILHA DE MAIO - Tranqüilidade sem mácula

    Já o turismo na ilha de Maio é incipiente, mas a recompensa é que nela respira-se uma tranqüilidade sem mácula. Santa Luzia é a única ilha desabitada de Cabo Verde. Em 1990 foi declarada  patrimônio público e reserva natural do Arquipélago.

    Em meio a um cenário marcado por contrastes, geográficos e culturais, Cabo Verde brinda o visitante com seus encantos e mistérios reservando incontáveis emoções para quem deseja inebriar-se com os aromas, deliciar-se com os sabores e desbravar suas belezas naturais.

    Andando pelas ruas de Cabo Verde, às vezes dá pra pensar que se está no Brasil, outras, acha-se que se está na Europa, mas não se esqueça é a África, então, aproveite para descobrir as semelhanças, as diferenças, viver a magia das paisagens, a tranqüilidade das praias e a surpreendente face exótica da cultura, porque sempre há muito o que se aprender.


    CURIOSIDADES

    Aldeia dos "Rebelados" - Os Rebelados fazem parte de uma minoria que vive em condições de semi-clandestinidade e à parte da sociedade. O isolamento total da civilização faz com que os rebelados preservem as tradições culturais. O movimento foi fruto de revoltas espontâneas em oposição ao catolicismo Português e à administração colonial na década de 40. Ainda hoje, os integrantes não têm contato com a população, vivem em casas de sapé, sem eletricidade, valem-se da medicina natural, não professam nenhuma religião. Trabalham na terra em comunidade, não mantém contato com estranhos e recusam-se em lidar com dinheiro. Quem entrar na aldeia sem autorização será atacado.

    Gastronomia - A base da cozinha cabo-vediana, além dos frutos do mar, é o milho que, preparado de diferentes maneiras, acompanha, normalmente, a carne de porco, o feijão, a mandioca e a batata-doce. Os pratos mais populares são a "CACHUPA", receita emblemática de Cabo Verde,(uma espécie de feijoada com grão de bico), o cuscuz, o xerém,  os pastéis de milho, sem esquecer o famoso grogue local (cachaça artesanal) e os licores caseiros.

    COMO CHEGAR

    Vôos da companhia aérea TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde)partem 2 vezes por semana (aos sábados e domingos) de Fortaleza.


    Fonte: Márcia Pavarini


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    Márcia Pavarini
    Ao longo de vários anos Márcia Pavarini percorreu o mundo viajando por todos os continentes e até aos Pólos. Foi anotando suas aventuras em diários que, hoje, perfazem aproximadamente 5.000 páginas. Ela esteve, até agora, em 240 países, de acordo com o critério de contagem da Travelers Century Club TCC. Na Coluna “Diário das 1001 Viagens” Márcia Pavarini divide com os internautas, do Portal, as experiências vivenciadas durante suas andanças.





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