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    Episódios inéditos extraídos dos diários de viagem de Marcia Pavarini - Parte I
    Postado em 24/12/2005

    Ao longo de vários anos, Marcia Pavarini percorreu 167 países e territórios, em todos os continentes, passando por lugares inusitados, situações dramáticas e por vezes hilariantes. Hospedou-se nos mais simples e rudimentares Templos Tibetanos ao pé do Himalaia; visitou remotas tribos perdidas no tempo; presenciou rituais em Ilhas quase desconhecidas; deslizou sobre trenós, no Ártico, na pista dos ursos polares. Participou de uma expedição à Antártica onde visitou as centenárias cabanas dos primeiros exploradores da região, mergulhou na África do Sul para apreciar os tubarões brancos de dentro de uma jaula; participou de vários safáris fotográficos pela África e muito mais, registrando cada viagem em diários. No entanto, sua experiência mais marcante foi durante o período em que morou no Iraque, convivendo com as atrocidades da guerra com o Irã, com a angústia do auto flagelo da população e o drama da auto mutilação dos jovens iraquianos para evitar o alistamento no exército militar. Marcia Pavarini divide aqui, suas experiências com os internautas do Portal na coluna “Diário das mil e uma viagens”.


    Episódios inéditos extraídos dos diários de viagem  de Marcia Pavarini - Pentax vs. Kalashnikov
    Por Márcia Pavarini


    PENTAX  VERSUS KALASHNIKOV
    Bagdá, 1984 (durante a guerra com o Irã)



    Um clique comprometedor!
    (Veja ao fundo, à direita, o outdoor com a foto de Saddan Hussein)


    Posicionei minha filha para uma inocente foto num parque de Bagdá. Enquadrei o alvo, ajustei o foco e...clique! Só não percebi que, junto, registrei as cercanias do Palácio presidencial de Saddam Hussein, o que é terminantemente proibido como vim a descobrir em seguida, quando um soldado veio correndo em minha direção, com uma metralhadora Kalashnikov e esbravejando em árabe. Ele puxou, com violência, a minha máquina. Segurei-a, instintivamente, para protegê-la do impacto, perdi o equilíbrio e fui ao chão. Ele continuou a gritar.
    Ante os olhos aterrorizados das minhas filhas levantei-me e, recompondo a dignidade, perguntei o que eu havia feito de errado. Irritado, ele agarrou a máquina, levando junto a minha mão. Meu sangue italiano ferveu e então gritei em inglês: “te dou o filme, mas não a máquina!”. Ele soltou fazendo-me acreditar que eu havia vencido a parada no grito.Mas em seguida apontou a metralhadora para o meu peito. A descarga de adrenalina fora tamanha que tive uma incontinência urinária. Só saí do meu transe quando meu marido chegou, gritando em árabe, ao mesmo tempo em que apresentava sua carteira de serviço de inteligência do Exército Iraquiano, privilégio concedido aos que tinham acesso às áreas militares do país, em função do trabalho na firma brasileira de armamentos. O guarda, então, baixou a metralhadora, analisou o documento e murmurou um “tudo bem”. Fomos liberados. Aprendi a primeira lição no Iraque: nunca fotografar, mesmo que fosse uma rosa sem, antes, pedir permissão.



    Vista de Bagdá clicada do Hotel Sheraton



    Praça Ali Babá e os quarenta ladrões, no centro de Bagdá.
    A lenda faz parte das histórias das Mil e uma noites.



    MERGULHANDO NA HISTÓRIA
    Micronésia, 1996


    Com o crânio de um jovem marinheiro japonês nas mãos e no silêncio das profundezas do mar da ilha de Truck, na Micronésia, tentei imaginar o palco de horror em que se transformara aquela pacífica lagoa quando um massivo ataque da aviação americana dizimou uma frota inteira de navio japonês em retaliação a Pearl Harbour, na Segunda Guerra Mundial. Durante dois dias e duas noites, aviões americanos bombardearam sem parar os japoneses, que perderam 250 aviões, 60 navios e milhares de homens. Submarinos, estrategicamente estacionados na saída da lagoa, atacavam os fugitivos. Um cenário, enfim, de horror.  Depois de passar pelas anteparas retorcidas do navio afundado, Davy, meu guia de mergulho, sinalizou a ossada de uma das vítimas. Sem acreditar, lá estava eu, a 40 metros de profundidade, revivendo um passado macabro de mais de meio século. O navio “Heian Maru”, submerso nas profundezas de Truck, além dos esqueletos dos soldados japoneses, conserva, ainda, em seu interior, aviões “Zero Fighter” tanques de guerra, armamentos, balas antiaéreas, bem como, finas porcelanas com a estampa imperial japonesa. Limpei, com a luva, as bordas de um dos pratos e pude apreciar a delicada pintura da porcelana. Minhas lágrimas embaçaram a máscara.

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    Ao longo de vários anos Márcia Pavarini percorreu o mundo viajando por todos os continentes e até aos Pólos. Foi anotando suas aventuras em diários que, hoje, perfazem aproximadamente 5.000 páginas. Ela esteve, até agora, em 240 países, de acordo com o critério de contagem da Travelers Century Club TCC. Na Coluna “Diário das 1001 Viagens” Márcia Pavarini divide com os internautas, do Portal, as experiências vivenciadas durante suas andanças.





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