O Palácio Rio Negro, em Manaus, sede do governo local
Na semana da Pátria, os amazonenses têm um motivo a mais para comemorar. Hoje, 5 de setembro, feriado estadual, é celebrada a elevação do estado à categoria de província. Nessa mesma data, em 1850, a antiga capitania de São José do Rio Negro, como era chamado o Amazonas, deixou de pertencer à Província do Grão Pará e se tornou independente.
Na época do Segundo Reinado no Brasil, de 1840 a 1889, no governo de Dom Pedro II, as grandes divisões administrativas eram chamadas de províncias. Somente com a Proclamação da República, há quase 128 anos, em 15 de novembro, houve a mudança de província para estado.
O secretário-geral do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, Geraldo Xavier dos Anjos, especialista em história, explica o que significou para a região a conquista dessa autonomia.
“Um dos fatos mais importantes desse período para nós foi a abertura da navegação do Amazonas ao países amigos. Naquela período, o governo imperial não permitia que navios estrangeiros andassem nessa área por várias questões econômicas, por causa do ouro, da borracha, das plantas da Amazônia. Muitas mudas foram contrabandeadas para outros países, a borracha também. Com a instalação da província, houve uma evolução do Amazonas, uma abertura, com a vinda de produtos estrangeiros para cá e a ida de produtos nossos para fora”, destaca.
Um dos nomes mais lembrados no 5 de setembro é o de João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, primeiro presidente da província do Amazonas. Ele foi uma das pessoas que mais lutou pela independência da região, junto com dom Romualdo Antônio de Seixas, deputado e bispo católico que defendeu por diversas vezes a autonomia em discursos na tribuna da Assembleia Geral do Império. Outra personalidade da época e apoiador de Tenreiro Aranha foi Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que prestou grande contribuição à indústria local e do país. Geraldo dos Anjos destaca a importância de se manter viva essa história.
“A memória volta todos os anos, há essa celebração para lembrar o esforço de Tenreiro Aranha e outros amazonenses e paraenses que brigaram pela independência do estado, para sua evolução. A lembrança anual é para mostrar à população e aos jovens essa demonstração de amor à terra, principalmente por Tenreiro Aranha, Dom Romualdo de Seixas e outros que lutaram. Nós precisamos nos lembrar o tempo todo desses valores”, ressalta Geraldo dos Anjos.