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    Vulcões da Itália: O fascínio das montanhas cuspindo fogo – Por Márcia Pavarini
    Postado em 21/11/2012

    Por Márcia Pavarini
    Textos e fotos


    Entre todas as manifestações da natureza, a que provoca mais fascínio é, sem dúvida, uma montanha cuspindo fogo.

    O sul da Itália atrai turistas que vêm em busca da inesquecível experiência de ver de perto três dos mais famosos, míticos e mortais vulcões do mundo: Stromboli, Vesúvio e Etna.

    STROMBOLI


    Ao norte da Sicília, a Ilha de Stromboli, no Mediterrâneo, abriga um dos vulcões mais ativos do planeta, onde o fogo e a água se encontram, num grande espetáculo de luzes e cores.


    Minha viagem ao Stromboli começou em Nápoles, onde embarquei num ferry com destino às Ilhas Eólias, arquipélago constituído por sete ilhas vulcânicas.


    Stromboli é uma das ilhas Eólias, que ficam no mar Tirreno, aproximadamente uns 70 km de Nápoles (duas horas de ferry), quase na ponta da “bota” da Itália.

    Quem leu Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne, vai se lembrar de que é justamente pelo vulcão Stromboli que os protagonistas escapam, depois de terem entrado num vulcão na Islândia.
    O borbulhante vulcão Stromboli, que ocupa quase toda a área de ilha do mesmo nome, está em constante atividade há 13 mil anos, e impressiona pela magnitude da formação geológica.

    "STROMBOLI, TERRA DI DIO"



    A ilha também ficou famosa pelo filme Stromboli, Terra di Dio, de Rossellini, em cuja inesquecível cena, Ingrid Bergman (a atriz principal), escala as encostas do vulcão.




    Casa de Ingrid Bergman durante as filmagens
    de "STROMBOLI, TERRA DI DIO"


    Aliás, a casa onde foi filmada a película virou patrimônio da ilha.



    Conforme o ferry boat vai se aproximando da ilha de Stromboli, é possível entender por que o lugar tem tal fama e exerce tanto fascínio no visitante. Praticamente o vulcão ocupa toda a ilha e a parte habitada é muito pequena.


    Stromboli tem 12,2 km² de superfície, onde os habitantes vivem em duas minúsculas aldeias: Stromboli e Ginostra (esta última fica do outro lado da ilha). A população não ultrapassa cinco centenas de almas, que vivem essencialmente da pesca e do turismo estival, mas no verão chega a 4.000, contando com os visitantes.

    Stromboli faz parte da província de Messina, à qual está ligada por transporte marítimo. A ilha é conhecida como o “Farol do Mediterrâneo”, devido à frequência das suas erupções vulcânicas.


    O centrinho comercial estende-se morro acima, por vielas na encosta íngreme da montanha formada pelo vulcão.

    As casinhas, em geral, são brancas com contorno azul ou amarelo, mais ou menos no estilo grego.



    A igreja fica lá no alto, numa charmosa praça, com uma esplêndida vista panorâmica. As ruas da ilha são apenas vielas estreitas, com no máximo dois metros de largura.



    Na Ilha de Stromboli carro não entra, e as lambretas, motos e carrinhos elétricos – para cargas – (parecidos com carrinhos de golfe) disputam as estreitas ruelas com um número absurdo de pedestres, turistas e mochileiros. Às vezes, é preciso se encostar rente à parede para que as lambretas circulem.


    A primeira atração, antes de se escalar o vulcão, é o passeio de barco até o vilarejo de pescadores Ginostra, que fica do outro lado da ilha.



    Em Ginostra, fica o famoso restaurante caseiro L’Incontro, no topo da colina, com um menu à base de frutos do mar, especialmente preparados pela família dos proprietários. Ainda melhor do que a refeição é a vista que se tem da sacada do L’Incontro.

    Outro pit stop é Strombolicchio, uma ilhota resultado de um antigo vulcão extinto.

    SCIARA DI FUOCO



    No caminho de volta de Ginostra para Stromboli, já ao anoitecer, o barqueiro Antonello desligou o motor e, na penumbra, foi possível ver a silhueta do vulcão. Lá no topo, a cratera cuspia lava incandescente, tingindo de vermelho o céu acinzentado, para depois escorrer encosta abaixo, até atingir o mar (de um azul profundo), num espetáculo de luzes e cores sem precedentes.


    Esse local é conhecido como “Sciara di Fuoco”, uma rampa por onde escorrem as lavas e escórias expelidas pela cratera do Stromboli, e só pode ser visto a partir do mar. É um espetáculo assombroso. Os rolos de fumo que se elevam da cratera do Stromboli sempre serviram de referência meteorológica aos navegantes das águas do Tirreno e fornecem, ainda hoje, dados sobre a orientação e a intensidade do vento.

    ESCALADA DO STROMBOLI


    A escalada até a cratera deve ser acompanhada pelos experientes guias locais.

    Os guias deixam bem claro: a escalada não é pra qualquer um, é necessário um bom condicionamento físico para atingir o topo do Stromboli. É preciso até assinar uma declaração de aptidão física e de responsabilidade, antes de iniciar a escalada, pois alguns turistas já sofreram ataque cardíaco durante a subida, devido ao esforço. Além disso, cada um deve estar equipado com botas de trekking, lanterna, boa quantidade de água, capacete e agasalho.


    Existem dois caminhos para se escalar o Stromboli: um mais curto e mais perigoso, em razão das fendas, e outro mais longo, mais extenuante, porém menos arriscado.

    Nosso grupo foi encaminhado para o segundo, ou seja, o mais longo.


    A ilha está em constante expansão em razão das atividades vulcânicas. A montanha do Stromboli possui quase 1.000 metros de altitude e mais 2.000 metros abaixo do nível do mar. A princípio não parece muito para subir, mas a dificuldade é que, além de a trilha ser íngreme, a caminhada deve ser em passos rápidos para acompanhar o ritmo dos guias e, assim, atingir o topo ao anoitecer.



    Durante a subida, são apenas quatro pausas de poucos minutos cada, só pra retomar o fôlego e uns goles de água.

    O solo é composto de areia vulcânica, e o pé vai afundando a cada passo, o que deixa a caminhada mais cansativa.



    A subida começa por volta das 17h30, para se chegar ao anoitecer no topo, ocasião em que a atividade fica mais intensa, em razão do contraste de temperatura (que pode ser muito baixa, mesmo durante o verão).

    O caminho começa no asfalto, depois vira terra com vegetação e pedra, e na parte mais íngreme é cinza vulcânica. Os últimos metros são de tirar o fôlego, e a trilha se torna um corredor de um metro de largura, entre escarpas vertiginosas. E, em fila indiana caminhamos até o ponto de observação.


    A partir de então, a visão é estarrecedora. Não há quem não fique absolutamente hipnotizado. São três crateras em constante ebulição, alternando explosões com jatos de lava incandescente, que atingem alturas inacreditáveis. Cada detonação desata um estrondo tonitruante, num show de sons e luzes pirotécnicas.


    Poucos vulcões têm uma atividade tão regular (com intervalos de cinco minutos a uma hora, registra-se uma erupção). Pedaços de rocha incandescente, escórias e lava, são projetados no ar, escorrendo depois para o mar.


    O retorno é por outro caminho, na escuridão, por uma trilha ainda mais íngreme que a da subida. A sensação é de estar descendo uma gigantesca duna.


    Durante a descida, além do capacete, é preciso usar máscara para se proteger da cinza em suspensão, capaz de impedir totalmente a visibilidade da estreita trilha.

    A essa altura, a lanterna é um acessório essencial, pois sem ela fica impossível seguir os passos de quem está na frente, o que poderia causar a perda do grupo.

    O passeio leva em média de 7 a 8 horas. Quando retornamos à vila, já passava das 23h30. O mais gostoso depois dessa escalada, foi saborear uma pizza napolitana, num restaurante bem próximo à Agência “Vulcano a Piedi”, no coração da vila de Stromboli.



    Ao deixar a ilha, admirei pela última vez aquele cone azulêneo e fumegante do Stromboli no horizonte.

    VESÚVIO


    Cerca de 20 km a leste de Nápoles, fica o Vesúvio, com 1.276 m de altura e uma cratera de 600 metros de diâmetro e 200 de profundidade.

    O imponente Vesúvio, com o seu majestoso cone, é o vulcão mais conhecido daquela região, graças à destruição que causou às cidades de Pompeia e Herculano, no ano de 79.


    As ruínas da cidade de Pompeia são testemunhas congeladas no tempo da ação do Vesúvio. As faces desfiguradas das vítimas, cujos corpos foram reproduzidos em gesso a partir dos originais, dão uma vívida ideia dos últimos momentos da destruição causada por gases, cinzas e calor emitidos pelo poderoso vulcão.

    Em dias claros, o Vesúvio é um extraordinário mirante sobre toda a região napolitana. Dele, avistam-se a Baía de Nápoles, que se dilui, ao sul, no relevo montanhoso da Península de Sorrento, e ainda as ilhas de Capri e Ischia. Uma serenidade que nada revela sobre os segredos do Vesúvio.

    Para se chegar à cratera do Vesúvio, é possível seguir de automóvel até cerca de mil metros. Depois, há uma trilha íngreme de pouco mais de um quilômetro. Durante a subida, pode-se observar a corrente de lava solidificada que resultou da última grande erupção, em 1944.

    ETNA



    Já o Etna, cercado de magníficas praias, localiza-se na parte oriental da Sicília, entre as províncias italianas de Messina e Catania. A trilha até o topo tem duas etapas: a primeira pode ser realizada de teleférico ou em veículo 4x4, e a segunda consiste em uma caminhada.

    A ascensão do Etna é mais exigente. As crateras estão situadas a cerca de 3.340 metros de altitude e, mesmo no verão, as temperaturas são muito baixas e o vento é gelado e cortante. Roupa quente, gorro e luvas, além de calçado apropriado para montanha, são indispensáveis. O Etna é o vulcão mais alto da Europa.

    Poderosos e imponentes, enigmáticos e letais, os vulcões já foram locais de rituais e adorações das antigas civilizações. Ativos, cuspindo fogo e lavas, ou em repouso, testemunhos da feroz natureza, esses gigantes continuarão exercendo nos homens o mesmo fascínio que em épocas remotas.


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